Os trabalhadores dos Correios se preparam para deflagrar uma grande mobilização nacional da categoria em defesa da estatal e contra mudanças abusivas no custeio do plano de saúde dos funcionários.
No último dia 6, as direções das duas federações que representam os servidores dos Correios, a FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) e a FINDECT (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), se reuniram para organizar a mobilização unificada em todo o país.
Para os dirigentes sindicais, os recentes e constantes ataques que a direção dos Correios vem promovendo contra a categoria, cortando direitos adquiridos e legítimos, fazem parte do plano do governo “para aprofundar o processo de privatização da empresa, deixando-a como os empresários gostam”.
Em relação ao plano de saúde, o que a categoria reivindica é que continue a vigorar a decisão do dissídio Coletivo da Campanha Salarial de 2019, que estipulou que os Correios pagariam 70% do valor do plano e os trabalhadores 30%.
A decisão foi derrubada quando a direção dos Correios recorreu ao Superior Tribunal Federal para alterar o custeio do plano.
Atendendo à empresa, o ministro Dias Toffoli concedeu liminar estipulando que o custeio seria meio a meio, empresa e trabalhador, além de mudanças como a variação da mensalidade de acordo com o número de dependentes e a faixa etária.
Com a decisão, as entidades foram ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, liminarmente, suspendeu os efeitos do reajuste aplicado pela empresa através da liminar do STF. Mas o ministro Luiz Fux, a pedido da ECT, derrubou a liminar do TST, passando a vigorar a antiga liminar, concedida pelo Ministro Dias Tofolli.
As entidades, que já vêm promovendo uma agenda de atividades em defesa dos direitos da categoria e da estatal e contra a privatização dos Correios com atos regionais, panfletagens e abaixo-assinado, marcaram para o dia 3 de março uma assembleia para definir os rumos do movimento.
“Há o entendimento que somente a unidade dos trabalhadores poderá construir uma grande greve nacional dos Correios”, diz nota das entidades.
Conforme texto do abaixo-assinado contra a privatização da estatal, divulgado no site das entidades, “os Correios são a única instituição presente em todos os municípios brasileiros e, por isso, responsável pela integração nacional, unindo todas as cidades e municípios brasileiros através de cartas e encomendas. Emprega mais de 100 mil funcionários diretos e 300 mil indiretos responsáveis pelo atendimento, triagem, separação, entrega e coleta de mais de meio bilhão de objetos ao mês”, diz a nota.
Além disso, a empresa é estratégica na realização de serviços de importância para todos os brasileiros, como a entrega de livros didáticos nas escolas públicas, distribuição de remédios e vacinas em hospitais e postos de saúde, entrega das urnas eleitorais nas eleições de forma segura, garantindo o sigilo das informações, entre outras atribuições.