Em assembleia realizada nesta sexta-feira (1º/10), os trabalhadores da General Motors, em São Caetano do Sul (SP), aprovaram greve por tempo indeterminado contra a proposta salarial da empresa.

Após sete rodadas de negociação entre o sindicato e a direção da empresa, que não cedeu em nada às reivindicações da categoria, os metalúrgicos da GM decretaram estado de greve na última quarta-feira (29), decisão confirmada nesta sexta, com a aprovação da paralisação.

Os trabalhadores estão com reajuste salarial abaixo da inflação há três anos, enquanto no segundo trimestre deste ano, a multinacional teve lucro líquido de 2,8 bilhões de dólares, o que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, “reverteu todo o prejuízo atribuído à pandemia”.

A categoria reivindica reposição salarial com base no INPC acumulado nos últimos 12 meses, aumento real de 5% e Piso Salarial com correção pelo INPC de 2016 a 2021, entre outros benefícios, e também denuncia a perda de direitos já conquistados.

A contraposta feita pela empresa, e rejeitada pelos metalúrgicos, foi de reposição integral da inflação a ser aplicada aos salários em 1º de fevereiro/2022, mais 50% do INPC do período, com aplicação em fevereiro de 2023.

“Não nos restou outra alternativa senão paralisarmos as atividades da empresa, pois a contraposta feita na mesa de negociação está aquém do que estamos reivindicando”, afirmou o presidente do Sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. Segundo ele, os trabalhadores seguem de braços cruzados até que nova contraproposta seja apresentada.

Eles defendem também a estabilidade no emprego para todos os lesionados. Atualmente, apenas quem foi contratado antes de 2017 têm direito a esse benefício. A montadora quer manter a exclusão dos novos dessa cláusula, e ainda reduzir o período de estabilidade dos antigos.

Segundo Cidão, “ainda que se reconheça a existência de dificuldades devido a pandemia os trabalhadores necessitam ter o seu salário reajustado em conformidade com a inflação acumulada, hoje em 10,42%, mais aumento real, uma vez que o seu poder de compra vem sendo corroído pela alta do custo de vida resultante da inflação galopante”.

“Com o aumento dos preços e a inflação galopante, as dívidas não esperam, não podem ser parceladas. É um absurdo a GM ter a cara de pau de querer aplicar a inflação da data-base apenas no ano que vem. Nós estamos juntos nessa luta e vamos pra cima ao lado dos companheiros de São Caetano”, afirmou Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.