Os trabalhadores da Embraer, da unidade de São José dos Campos, entraram em greve nesta terça-feira (24) por tempo indeterminado.
A paralisação engloba os funcionários da linha de produção e do setor administrativo do 1º turno e foi aprovada em assembleia convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, na porta da empresa. O mesmo deve ocorrer com os funcionários dos outros turnos.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 6,37% (reposição da inflação e ganho real) e manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva, como a cláusula que garante estabilidade para lesionados, conquistada pela categoria metalúrgica na década de 1970. Os trabalhadores também rejeitam a proposta patronal de liberação irrestrita da terceirização na fábrica.
Segundo o sindicato, os funcionários da Embraer estão há quatro anos sem aumento real.
“A Embraer já está seguindo a cartilha da Boeing, que pratica a precarização do trabalho em todas as suas plantas. O Sindicato não vai aceitar a retirada de direitos”, afirma o diretor do Sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão, referindo-se à recente transação do governo Bolsonaro, que repassou para a norte-americana Boeing o controle da principal unidade de negócios da empresa brasileira, a que produz jatos comerciais.
Quando começou a negociação entre o sindicato e a Embraer, intermediada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a empresa havia proposto zero de reajuste e R$ 2.500. A proposta foi rejeitada pelo sindicato e os trabalhadores entraram em estado de greve. Na última rodada de negociação, o grupo patronal propôs apenas a inflação, sem abono. O sindicato então, protocolou o aviso de greve na Fiesp na sexta-feira.
“Esta greve mostra não só a insatisfação dos trabalhadores com seus salários, mas principalmente que eles estão dispostos a lutar por seus direitos. Apesar de ser uma das mais importantes empresas do país, a Embraer desrespeita seus trabalhadores ao tentar empurrar propostas rebaixadas como essas”, destaca o diretor do sindicato Herbert Claros.
A negociação sobre reajuste salarial e direitos previstos na Convenção Coletiva envolve outras empresas do setor aeronáutico como a Latecoere, em Jacareí; e Sonaca, Pesola, Alestis e Aernnova, em São José dos Campos.