Ministra da Agricultura Tereza Cristina.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a liberação de novos agrotóxicos, que vem quebrando recordes no governo Bolsonaro, não coloca em risco a saúde dos consumidores nem o meio ambiente. No entendimento dela, a liberação de registro para que novos produtos sejam usados no país foi acelerada, mas as exigências continuam as mesmas.
“Ninguém está pondo veneno no prato de ninguém. Consumidor nenhum brasileiro está sendo intoxicado”, declarou a ministra, conhecida como “Musa do Veneno” pelos membros da bancada ruralista.
Segundo a ministra, o Brasil “está muito atrasado”, com relação ao uso de pesticidas e seu objetivo é acelerar ainda mais a liberação de novos agrotóxicos. “Não mudou nada, o que mudou, somente, foi a celeridade. Foi colocado mais gente no Ministério da Agricultura, pesquisadores da Embrapa que vieram ajudar essa fila de pedidos de registro. Foi colocado mais gente no Ministério de Meio Ambiente, também a fila anda. E a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) resolveu pegar esse assunto em que o Brasil está muito atrasado em relação a outros países”, disse após participar da abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, na segunda-feira (5).
Segundo ela, os pesticidas e herbicidas usados no Brasil também são usados em outras partes do mundo. “Quase todos os países do mundo já usam esses produtos. E quando não usam é porque não precisam”, disse sobre a segurança dos produtos.
DESMATAMENTO
A ministra bolsonarista também reforçou a posição do governo de que os dados do Inpe, que apontam para o aumento do desmatamento na região amazônica, não deveriam ser públicos. “Nós apanhamos da mídia internacional direto”, disse sobre as reportagens publicadas por toda a imprensa sobre o desmatamento no país.
Nesse sentido, a ministra defendeu mais cuidado na divulgação do monitoramento do desmatamento na Amazônia feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A partir da análise das informações do Sistema de Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) foi apontado um aumento de 218% na derrubada da floresta em julho deste ano em comparação com o mesmo mês de 2018.
“O Inpe é um instituto importante. Agora, ele colocou, primeiramente, os dados que são de alerta, em que você não tem a área desmatada. Esse dado precisaria ser melhor trabalhado para ser colocado à disposição de todos”, disse Teresa Cristina. “Nós precisamos trabalhar melhor essas informações para colocar para a população e para o mundo, para que não gere toda essa celeuma. E às vezes é uma coisa muito pequena”, acrescentou.
A divulgação do aumento do desmatamento causou a demissão do diretor do Inpe, Ricardo Galvão, que segundo Bolsonaro, publicou dados “mentirosos”.