Tarifas de Trump sobre a China violam normas do comércio, diz OMC
Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou na terça-feira (15) que as tarifas instauradas pelo presidente Donald Trump sobre produtos chineses no decorrer de 2018 violam as regras do comércio internacional. A OMC apoiou uma reclamação da China sobre as tarifas impostas a cerca de US$ 234 bilhões em bens.
O painel da OMC concluiu que as tarifas violavam várias regras, incluindo uma de que os países devem aplicar tarifas iguais a todos os parceiros comerciais membros. A decisão terá pouco efeito prático, assinalou a CNN, já que o conselho de apelações da OMC está praticamente sem operar, após Washington bloquear as nomeações dos juízes.
Trump impôs tarifas sobre bilhões de dólares em importações chinesas na tentativa de deter o programa chinês de alta tecnologia, que tem como meta dominar tecnologias de ponta em telecomunicações, computação quântica, inteligência artificial, veículos autônomos e outras áreas, com o regime norte-americano alegando que isso só ocorria graças a transferências forçadas de tecnologia e suposto roubo de patentes.
Washington e Pequim chegaram a um acordo preliminar (“Fase 1”), para congelar a guerra tarifária, com a China se comprometendo a comprar um volume maior aos norte-americanos, e permanência em vigor das tarifas já impostas, mas sem entrada em vigor de mais sobretaxação já prevista.
Diante da condenação pelo organismo mundial, a resposta do representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, foi dizer que a deliberação, contra a guerra tarifária de Trump, demonstra que é “a OMC é ineficaz”.
Em outra frente da guerra tarifária de Trump, Washington concordou em recuar do aumento de tarifas de 10% que impusera em agosto ao alumínio canadense, substituído por uma cota, com a possibilidade de reimposição retroativa caso o volume da cota seja excedido.
Para essa imposição de tarifa, a Casa Branca alegou que as importações de alumínio canadense ameaçavam a segurança nacional dos EUA – pretexto que tem sido usado e abusado por Trump, na tentativa de reverter a decadência da economia norte-americana. Ao fazer isso, Trump saíra de um acordo pelo qual havia suspenso as sobretaxas sobre Canadá e do México no ano passado em meio às negociações sobre o novo Nafta, que entrou em vigor em julho deste ano.
“O que os fabricantes americanos precisam agora é a certeza de que essas tarifas não farão outro reaparecimento”, disse Myron Brilliant, chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, em um comunicado em que rejeitou o encarecimento da produção industrial norte-americana por conta da sobretaxa no aço importado.
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