ex-ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes de Freitas (Republicanos)

O ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) não menciona Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político, no programa de sua candidatura ao Governo de São Paulo. Seja pelo nome ou pelo cargo, o presidente não é citado em nenhuma das 43 páginas do texto. Hoje, Tarcísio tenta se apresentar como independente em seu plano de governo.

Segundo o portal ‘O Antagonista’, Tarcísio tem sido chamado de traidor por aliados de Bolsonaro, que afirmam que ele esconde o presidente na campanha. Interlocutores do Palácio do Planalto afirmam que Tarcísio assumiu como estratégia de campanha a tentativa de descolar sua imagem à do mandatário.

Tarcísio também optou por afastar-se da retórica bolsonarista no programa e passou longe de temas de ampla ressonância nas alas mais radicais, como s liberação de armas.

Para eles, está claro que o ex-ministro esconde Bolsonaro em sua campanha.

Na última terça-feira (9), Tarcísio tentou rebater as criticas e garantiu em evento que será leal a Bolsonaro até o fim. “Acham que vou esconder o Bolsonaro na campanha? Vou mostrar e falar em alto e bom som para quem quiser ouvir: ‘Sou o candidato do Bolsonaro em São Paulo!”, disse o ex-ministro aos presentes.

O carioca, que transferiu seu título para São Paulo para disputar as eleições, foge de temas mais polêmicos em seu programa e já afirmou em outras ocasiões que “nunca foi radical”, que adota uma linha mais “pragmática” e que sua conduta é apoiada por Bolsonaro.

A diferença aparece no programa do candidato do Republicanos ao governo de São Paulo. A palavra “Deus”, por exemplo, não é citada nenhuma vez, enquanto o termo “liberdade” é lembrado somente em três ocasiões – quando trata da saída de presos e da proposta de uma Lei de Liberdade Econômica no Estado.

Diferentemente de Bolsonaro, Tarcísio não cita o armamento da população no âmbito das políticas de segurança, mas coloca no planejamento a proposta de “rever a política de câmeras corporais” dos policiais.

No planejamento para São Paulo, o ex-ministro também preferiu não fazer menções a “eleições livres e transparentes”, como feito no material de Bolsonaro.

Tarcísio propõe programas de preservação ambiental assim como Bolsonaro. O material elaborado para a campanha do presidente, por exemplo, propõe combater e fiscalizar queimadas e promover a sustentabilidade ambiental.

O ex-ministro também lista ações de restauração ambiental e diversas medidas para o agronegócio, como a integração “lavoura-pecuária-floresta”, mas não menciona a população indígena ou atividades de mineração.