Suecos protestam contra decisão do governo de aderir à Otan
Embora a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) defendida pelo governo seja apresentada como unanimidade pela população do país há, no entanto, muitos que se opõem à medida. Condenando a perda da neutralidade militar como um passo que geraria mais violência no mundo, centenas de jovens saíram às ruas de Estocolmo para condenar a medida.
“Aderir à Otan vai derramar mais sangue, porque a Otan é uma organização de guerra e não uma que trabalha pela paz”, denunciou Ava Rudberg, de 22 anos, presidente da organização sueca Esquerda Jovem, que participou do protesto contra a intenção de Estocolmo de se juntar à organização militar liderada pelos Estados Unidos. “É uma aliança militar que cria mais guerra, e queremos manter a paz na Suécia”, declarou Ava à jornalista Priyanka Shankar, da Agência Deutsche Welle (DW).
O pedido de adesão entregue ao secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, na quarta-feira (18), e anunciado pela primeira-mOTANnistra Magdalena Andersson, abriu caminho para o fim dos 200 anos de neutralidade militar da Suécia – uma política de segurança que o país nórdico adota desde o século 19.
Linda Akerström, da Sociedade Sueca de Paz e Arbitragem, disse à DW que muitas pessoas estão indignadas porque a neutralidade em conflitos militares está amplamente ligada à identidade sueca.
“Para muitas pessoas, esta decisão é uma grande mudança, porque, durante todos esses anos, muitos suecos se viam como vozes de paz. Mas agora, muitos sentem que a decisão de aderir a Otan é uma medida apressada, baseada no medo”, completou Akerström.