Súbita partida do lendário Maradona comove o mundo
As manifestações de apreço pela sua personalidade e trajetória não pararam de surgir de todos os cantos do mundo desde o momento em que se soube do falecimento do astro do futebol argentino, Diego Armando Maradona.
Maradona, que comandou a Argentina à vitória na Copa do Mundo de 1986, era ao mesmo tempo um gigante do futebol e muito próximo do povo argentino e como tal sempre soube distinguir os que estavam do lado de seu povo que o brindava carinhosamente com apelidos como “O Dez” (referência ao número de sua camisa em campo), “El Pibe de Oro” (O garoto de ouro), e Dieguito.
“Serás eterno, Pelusa”, afirmou Cristian Malaspina, diretor do Argentinos Juniors – ao tratar carinhosamente Maradona por um de seus apelidos de infância. O Argentinos foi o clube localizado no bairro Paternal de Buenos Aires, pelo qual o Diego começou sua fulgurante carreira.
“Uma dor imensa. A Paternal sempre será tua casa. Obrigado por nos fazer grande”, acrescentou Malaspina.
Na Copa de 1986, no México, os ingleses foram desclassificados com dois gols do craque. No primeiro, compensou sua baixa estatura ao cabecear para vencer a meta de Peter Shilton, com um punho por trás de sua cabeleira que o juiz não enxergou e validou o gol. Logo a seguir, para mostrar que o jogo se ganha com a bola nos pés, Maradona usou pouco mais de alguns segundos para superar seis jogadores ingleses e, mesmo derrubado pelo último dos defensores, tocar para a meta inglesa uma bola bem colocada e sem defesa para Shilton. Resultado: Argentina 2×1 Inglaterra.
Despachada a Inglaterra, veio a semifinal e a Bélgica foi vencida com dois gols dele. Na final, a Argentina venceu a Alemanha quando Burruchaga, recebendo um passe magistral de Maradona, fez o terceiro da Argentina que chegou ao título de campeã mundial pela segunda vez com 3×2 sobre a Alemanha. O primeiro título foi conquistado pela Argentina em uma copa jogada em sua própria casa, em 1978, mas sem Diego.
Outra de suas passagens mais brilhantes foi quando elevou o Napoli, clube pelo qual jogou na Itália, à condição de bicampeão e campeão da copa europeia, a UEFA. Neste período marcou 115 gols em 259 jogos. Em sua homenagem, o prefeito de Nápoles, Luigi Magistris, anunciou que o clube napolitano mudará o nome de seu estádio de San Paolo para Diego Armando Maradona. Essas são apenas duas de suas vibrantes passagens pelos campos de futebol mundo afora.
As homenagens e declarações não param de surgir. Destacamos algumas de seus colegas do futebol:
“Um dia muito triste para todos os argentinos e para o futebol. Nos deixa, mas não se vai, porque Diego é eterno. Fico com todos os momentos lindos vividos com ele e queria aproveitar para enviar meus pêsames para a família e amigos”, escreveu Leonel Messi.
“Hoje despeço-me de um amigo e o mundo despede-se de um gênio eterno. Um dos melhores de todos os tempos. Um mágico inigualável. Parte demasiado cedo, mas deixa um legado sem limites e um vazio que jamais será preenchido. Descansa em paz, craque. Nunca serás esquecido”, afirmou Cristiano Ronaldo.
“Sua passagem pelo mundo levou muita felicidade ao seu país e encantou a todos nós. Nunca vou esquecer das risadas que demos juntos. Certamente, ele nunca foi um adversário. Me chamava de Chapolin e me tratava como irmão. Um menino, que se foi cedo demais. Meu abraço aos argentinos, à família. Que tristeza, vai com Deus, hermano!”, disse Romário de seu carinho por ele.
No início de setembro, Maradona colocou-se à disposição do presidente Alberto Fernández para ajudar na tarefa de recuperar seu país do desastre macrista: “Sei o que é não ter comida para comer. Por isso estou à sua disposição, presidente Alberto Fernández. Vamos juntos pela Argentina”.
Por tudo isso, em um editorial intitulado “Diego viveu mil anos”, publicado pelo jornal argentino Página 12, que o jornalista Juan José Panno destacou: “Choram por ele em todo o mundo, mas choram mais em Fiorito [o bairro popular que o viu crescer], nos subúrbios de Nápoles, na ruas portenhas, nos rincões mais simples do Norte e do Sul da Argentina. Porque foi, como Evita, um abandeirado dos humildes”.