Mandatory Credit: Photo by Arthur Mola/Invision/AP/Shutterstock (10376777u) Spike Lee poses for portraits for the film 'American Skin' at the 76th edition of the Venice Film Festival in Venice, Italy Film Festival 2019 American Skin Portraits, Venice, Italy - 01 Sep 2019

O cineasta negro norte-americano Spike Lee postou um vídeo de um minuto e meio nas redes sociais em que alterna imagens das mortes dos cidadãos negros  George Floyd (2020) e Eric Garner (2014) com cenas de 1989 de seu filme “Faça a Coisa Certa”, em que o personagem Radio Raheem é asfixiado até à morte por um policial branco, com um cassetete.

Intitulado “3 Irmãos”, o vídeo abre com a pergunta: “A história vai parar de se repetir?”.

A seguir, vêm as imagens do celular, de 2014, do camelô negro Eric Garner sendo preso em Nova York por policiais, um dos quais rapidamente aplica nele um mata-leão.

Em seguida, começa a saltar entre isso e a cena do confronto de 1989 de Faça a Coisa Certa – onde um policial se recusa a aliviar o estrangulamento com cassetete do personagem Radio Raheem (interpretado por Bill Nunn) – e incorpora as imagens recentes de um policial branco de Minneapolis asfixiando Floyd com o joelho.

A vida real repetindo a arte, e se repetindo nas súplicas, ignoradas, de “não consigo respirar”. O que vem levando a uma revolta de costa a costa dos EUA contra o racismo, a desigualdade e a impunidade.

Laureado cineasta, Lee é o diretor, ainda, entre outros, dos filmes “Malcom X” e “Infiltrado na Klan”.

Em entrevista com Don Lemon na CNN no domingo, ao apresentar seu curta pela primeira vez, Lee disse: “o que estamos vendo hoje não é novo. Nós vimos isso de novo e de novo e de novo, e as pessoas estão fazendo as mesmas perguntas: ‘Por que as pessoas estão se revoltando? Por que as pessoas estão fazendo isso?’”.

A entrevista fez parte de um programa especial da CNN: “Não Consigo Respirar: Negros Vivendo e Morrendo na América”.

E é de Lee a resposta de que é porque as pessoas “estão fartas, estão cansadas do menosprezo, do assassinato de corpos negros”. “É sobre isso que este país é construído”, acrescentou.

Sobre o extravasamento de parte dos protestos contra a morte de Floyd, o cineasta disse que não queria colocar panos quentes sobre certas coisas “mas entendo porque as pessoas estão fazendo o que estão fazendo”.

“O ataque a corpos negros foi feito desde o início”, disse o diretor de cinema, em alusão à chaga aberta da discriminação e ao tóxico legado nos EUA da escravidão e da segregação, esta encerrada há apenas 50 anos.

Do visionário cineasta Spike Lee vem a incrível história real de um herói americano. Confira o trailer do filme Infiltrado Na Klan.