Dois apoiadores de Bolsonaro foram condenados por perturbação após protestarem contra o ministro Alexandre de Moraes, em frente sua residência em São Paulo

A Justiça de São Paulo condenou dois bolsonaristas que fizeram ameaças e promoveram atos de vandalismo em frente à residência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para intimidá-lo e sua família.

Segundo o Ministério Público, um caixão foi amarrado ao carro de som que estacionou em frente ao prédio onde mora Moraes.

Com o carro de som, o engenheiro Antônio Carlos Bronzeri, de 65 anos, e o autônomo Jurandir Alencar, de 59, falaram que o ministro do STF e seus familiares “jamais poderão sair nas ruas deste país”. O “ato” foi realizado em maio de 2020.

Os bolsonaristas também chamaram o ministro de “advogado do PCC”, “ladrão”, “canalha”, “corrupto”, “covarde” e “ministro comunista”.

Os dois  gritaram “abaixo STF” e “o Brasil é nosso”.

O Ministério Público apontou que o ato teve o objetivo de “intimidar” Alexandre de Moraes.

Antônio Bronzeri e Jurandir Alencar foram condenados a 19 dias de prisão, em regime aberto, por perturbação do sossego alheio. No regime aberto, os dois deverão ir todas as noites para o presídio.

Para o juiz José Fernando Steinberg, os dois “perturbaram o sossego alheio, com gritaria e algazarra”.

A “manifestação” aconteceu após Alexandre de Moraes ter anulado a indicação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. Ramagem é amigo pessoal da família Bolsonaro e seria indicado para o cargo por ser da confiança de Bolsonaro e sua família.

No mês anterior, em abril de 2020, Sergio Moro pediu demissão do cargo de ministro da Justiça e denunciou as tentativas de Jair Bolsonaro de controlar a PF através da mudança na direção-geral.

Alexandre de Moraes se tornou um alvo também de Jair Bolsonaro, que não aceita que os atos ilegais de seu governo e de seus aliados contra a democracia sejam investigados.

Em uma manifestação no dia 7 de setembro de 2021, Bolsonaro chegou a falar que não cumpriria nenhuma decisão que viesse de Moraes. Em seguida, recuou.

EDIÇÃO: Guiomar Prates