O governador de São Paulo, João Doria determinou o fechamento de todos os shoppings da
região metropolitana devem fechar até o dia 30 de abril.
Segundo Dória, a ação foi tomada por razões sanitárias e proteção de funcionários,
profissionais e clientes. “São medidas preventivas que estamos tomando em relação ao
comércio, neste momento exclusivas para shopping centers de pequeno, médio e grande
porte na capital e região metropolitana de São Paulo. Não se aplica a shoppings do interior e
litoral de SP neste momento”, diz Dória em coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
“Não há razão pânico e correria, mas sim de gestão e administração. São medidas preventivas
em relação ao comércio, exclusivamente para shoppings centers, de pequeno, médio e grande
porte”, declarou. Academias de ginástica na região metropolitana de São Paulo também
devem ter as suas portas fechadas até o próximo domingo, dia 22.
Dória ainda fez um alerta aos idosos, grupo de maior risco para o coronavírus: “Pessoas com
mais de 60 anos: não saiam de suas casas, mesmo diante de necessidades de abastecimento.
Utilizem serviços de delivery, ou recorram a algum parente, ou vizinho. A recomendação é
enfática. Não saiam de suas casas, fiquem em casa”.
Outras medidas anunciadas pelo governo de São Paulo são a entrega de medicamentos de alto
custo para 300 mil pacientes do estado e parcerias com farmácias da região metropolitana.
Segundo Dória, até mil farmácias na capital e Grande São Paulo oferecerão a vacina contra a
gripe a partir do dia 13 de abril.
“São medicamentos exatamente para aquelas patologias crônicas e severas, onde idosos estão
mais presentes. Eles vão à farmácia mês a mês e recebem a medicação. Mas, em função da
nossa epidemia, estaremos acumulando essa entrega de três em três meses para que não
precisem vir à farmácia mensalmente e evitar essa aglomeração”, explica o secretário de
estado da Saúde, José Henrique Germann.
A campanha oficial do Ministério da Saúde começa antes, no dia 23 de março, quando postos
de saúde começarão a imunização. Embora a vacina não ofereça imunidade ao novo

coronavírus, ela previne a infecção por outros vírus respiratórios, entre eles H1N1, medida
importante para desafogar o sistema de saúde.
Prefeitos interrompem transporte no ABC
Prefeitos de sete cidades da Grande São Paulo decidiram na manhã desta quarta-feira (18), em
assembleia extraordinária realizada pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, suspender
temporariamente o serviço de transporte público municipal.
A interrupção do serviço será gradativa, até o dia 28 de março. A partir do dia 29 de março, a
suspensão passa a ser total, por período indeterminado, informou o consórcio.
Fazem parte do consórcio as cidades de Santo André, São Caetano, São Bernardo, Diadema,
Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
A medida faz parte de um esforço regional para conter o avanço do novo Coronavírus (Covid-
19), que configura pandemia. O consórcio informou que a decisão tem como objetivo
minimizar danos à população e preservar vidas no Grande ABC.

Governo Bolsonaro propõe corte de 50% dos salários
19-03-2020
O governo Bolsonaro anunciou na noite desta quarta-feira (18) que irá permitir, via medida
provisória, que empresas reduzam pela metade a jornada e os salários dos trabalhadores,
devido à crise do avanço do COVID-19 pelo país.
Segundo o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, a proposta
permitirá o corte mediante “acordo” entre trabalhadores e empregadores.
A medida não resolve o problema dos trabalhadores em caso de afastamento total, como tem
sido a orientação das autoridades de Saúde estaduais e municipais para diversos setores, como
comércio, restaurantes, lojas em geral e fábricas.
Com isso, a proposta apresentada pelo governo – que poderá ser estendida até o final do ano
– recairá como uma bomba sobre milhares de famílias que não poderão trabalhar e ainda
terão seus salários reduzidos pela metade. O governo sequer avalia outras alternativas, como
as propostas feitas pelas centrais sindicais, de dividir, por exemplo, entre empregado, empresa
e governo a garantia dos salários.
Diferente do que vêm realizando outros países em meio ao dramático cenário causado pela
expansão do coronavírus, ao governo brasileiro o que interessa mesmo é cortar o salário e
deixar as pessoas à míngua.
Nos EUA e países da Europa, por exemplo, governos estão entrando com medidas diretas para
bancar os salários dos trabalhadores que vão ficar em casa. Nos EUA, a Câmara aprovou um
pacote permitindo que trabalhadores de empresas com até 500 funcionários que estejam
contaminados com o coronavírus tirem duas semanas de licença remunerada do trabalho,

recebendo salário integral, limitado a US$ 511 (R$ 2.556). A medida também vale para quem
não estiver doente, mas não trabalhar por conta da quarentena.
Trabalhadores que precisam se afastar do trabalho para cuidar de parentes ou de crianças, por
causa do fechamento de escolas, também terão licença remunerada, recebendo dois terços do
salário. A nova lei também pode garantir até 12 semanas de licença, recebendo 67% do
pagamento, limitado a US$ 200 (R$ 1.000) por dia.
O mesmo ocorre em outros países. Em Portugal, está garantido 2/3 dos salários para quem
está de quarentena ou precisa cuidar das crianças.
Já o governo Bolsonaro pretende reduzir o salário. Segundo Dalcolmo, a redução dos salários
deverá ao menos respeitar o salário mínimo, como garante o artigo 7º, inciso VI da
Constituição Federal. Além disso, não poderá haver redução dos valores por hora recebidos
pelos trabalhadores.