Trabalhadores do setor de saúde de Cuba recebem container com insumos médicos

Três navios com insumos médicos, combustível e alimentos estão aportando em Cuba durante os últimos dias. São enviados pelo México em solidariedade a Cuba atingida pelo bloqueio norte-americano que se torna ainda mais cruel e desumano durante a crise mundial da pandemia causada pelo vírus Covid-19. O México reuniu recursos próprios com os da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC) entidade da qual o país exerce a presidência pró-tempore.

O primeiro embarque, no navio José María Morelos II, zarpou na segunda-feira, dia 26 de julho rumo a Cuba às 20 horas. A embarcação estava carregada com combustível diesel destinados a abastecer hospitais cubanos.

Às dez da manhã desta terça-feira (27), foi a vez do navio Arm Libertador Bal-02, e na quarta-feira (28), parte (em torno das 11 h) o anfíbio Papaloapan A-411, ambos com material médico desde seringas, tanques de oxigênio e máscaras para atender as emergências sanitárias e ainda alimentos tais como leite em pó, feijão, farinha de trigo, latas de atum e azeite. Os três navios são da Marinha mexicana e partiram do porto de Veracruz, situado no Golfo do México.

O governo mexicano esclarece que os envios estão “em coerência com a política de governo do México de participação e incentivo a ações internacionais solidárias em apoio ao povo cubano diante da situação social, econômica e santária que está vivendo” diante do bloqueio norte-americano que se prolonga mesmo durante a pandemia.

A ação mexicana se dá logo depois do governo de Joe Biden, ao invés de suspender as sanções baixadas por Trump, lhes agregou, através do Departamento do Tesouro, restrições ao ministro da Defesa, Álvaro López Miera e contra a Brigada Especial Nacional (BEN), por sua suposta ação repressiva nas manifestações de protesto do dia 11 de julho, quando elementos descambaram para ações de vandalismo.

As manifestações contra o recrudescimento têm crescido com a participação de artistas e intelectuais em todo o mundo, assim como lideranças que atuam a favor dos direitos humanos nos Estados Unidos, assim como cubanos residentes nos EUA.

López Obrador destacou já no dia 12 de julho sua oferta de ajuda humanitária a Cuba respeitando a soberania do país caribenho e enfatizando que a ajuda não tinha nenhum tipo de “tendência ou viés político” embutido, mas preserva o princípio da não intervenção em assuntos internos de outras nações.

Obrador expressou ainda sua “solidariedade com o povo cubano que deve buscar a saída para a crise mediante o diálogo, pois Cuba é um país livre, independente e soberano”.

O presidente mexicano informou que pediu ao seu ministro do Exterior, Marcelo Ebrard, que estenda o que chamou de ponte entre seu governo e governo cubano e acrescentou: “A verdade é que se a intenção fosse ajudar Cuba, a primeira coisa que (os EUA) devem fazer é suspender o bloqueio como solicita a maioria dos países do mudo”.

“Isso seria um gesto verdadeiramente humanitário. Nenhum país do mundo deve ser cercado, bloqueado, isso é o que há de mais contrário aos direitos humanos. Não se deve cercar ou tentar isolar um povo por razões políticas ou por qualquer razão. Ninguém tem o direito de tomar essas decisões que afetam aos povos”, acrescentou.