Sociobiodiversidade: o caminho do Brasil, por Flávio Dino
Uma das grandiosidades do Brasil é constituída pela sociobiodiversidade. Valorizar os aspectos culturais e naturais diversificados que compõem a identidade brasileira é vital, sobretudo no momento em que a nossa nação, infelizmente, atravessa uma quadra de dificuldades, inclusive na arena internacional. Em contraste com tantos erros na esfera federal, fortalecemos as iniciativas pioneiras do Programa Maranhão Verde, que conjuga fomento e assistência técnica para apoio à capacidade produtiva das comunidades tradicionais.
Por Flávio Dino*
Nesta semana, em mais uma ação inédita, avançamos com o Programa Maranhão Verde – Eixo Indígena, por meio do qual 1.000 famílias estão sendo beneficiadas a fim de potencializar atividades produtivas já existentes, promover o desenvolvimento territorial e garantir a segurança alimentar dos povos indígenas. Técnicos indígenas foram incorporados à equipe de Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (AGERP), a fim de trabalharem junto aos seus povos. Ao todo, estão sendo investidos R$ 5 milhões no novo eixo de ação.
Estamos mostrando que – em vez de apenas “grandes projetos” supostamente redentores – o caminho principal é apoiar a economia real da sociedade. Esse é o maior projeto econômico e uma verdadeira “obra estruturante”, pois muda a face da sociedade. A integração de ações de inclusão socioprodutiva, valorização de nossas riquezas naturais e culturais e respeito aos saberes tradicionais, solidificados a partir do permanente diálogo entre o Estado e a sociedade civil, compõem o caminho de oportunidades para o desenvolvimento social necessário ao país.
É nesse contexto que seguimos fortalecendo outro programa governamental que prioriza a valorização da sociobiodiversidade: o Maranhão Quilombola. Constituído de várias políticas públicas, o programa avançou com a criação do Selo Maranhão Quilombola, que valoriza a produção local. Os produtos com Selo Maranhão Quilombola já conquistaram atenção nacional e, a partir deste mês, passam a fazer parte do portfólio da startup Brasil na Caixa, que comercializa alimentos de produtores da agricultura familiar por meio de assinatura nacional, alcançando clientes de 20 estados brasileiros. Neste ano, vamos ampliar o Programa Maranhão Quilombola, inclusive com a contratação de centenas de Agentes de Desenvolvimento Rural Quilombola, nas 5 rotas em que estamos trabalhando.
Tais iniciativas se integrarão a um Plano de Recuperação Verde, que vai estimular a nossa economia com a geração de trabalho e renda, sintonizando-nos com o que há de mais avançado no mundo, como estamos vendo no debate internacional, inclusive no novo momento da política nos Estados Unidos. Economia verde e popular: esse é um caminho estratégico para o Brasil, que não pode ser uma plantation no mundo do século 21.
*Flávio Dino, advogado, é governador do Maranhão
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(PL)