Arianna Delane (na foto, hospitalizada) participou de protestos contra o assassinato de seu tio

Arianna Delane, sobrinha de George Floyd, homem negro covardemente assassinado pela polícia dos Estados Unidos em 2020, foi baleada enquanto dormia na sua casa, na noite de sábado (1º/1), em Houston, no Estado do Texas.

O pai de Arianna, Derrick Delane, declarou ao canal local ABC13 que a menina de quatro anos gritou e avisou assim que foi alvejada. Segundo ele, um homem começou a efetuar disparos contra a casa por volta das três horas.

A bala atingiu Arianna nas costas. Ela teve duas costelas quebradas e seu pulmão e fígado foram atingidos.

“Minha filha deu um pulo e disse que havia sido atingida. Eu vi o sangue, e a agarrei”, relatou Derrick, que a levou imediatamente a um hospital onde foi submetida e se encontra estável. “Ela está se curando muito rápido. A última vez que a verifiquei, ela estava respirando sozinha. Ela está indo muito bem”, declarou o pai emocionado.

Em entrevista a TV local o pai de Arianna desabafou: “Por que minha casa levou tiros? Minha filha não sabe. Eu não consigo explicar isso a ela. Como criança, o que ela espera é se sentir protegida pelo pai”.

Outras duas crianças e quatro adultos estavam na casa, mas apenas a sobrinha de Floyd foi baleada.

As autoridades abriram uma investigação interna para analisar o motivo da enorme demora para a chegada da polícia à casa da criança. Quatro horas. A divulgação do caso também foi retardada, uma vez que os jornais estadunidenses só vieram a noticiar o ocorrido nesta terça-feira (4).

O chefe de polícia de Houston, Troy Finner, disse à NBC News que abriu uma investigação sobre a forma como o departamento lidou com o ataque a tiros. “Estou ciente e tenho preocupações em relação ao tempo de resposta atrasado neste incidente e iniciei uma investigação de Assuntos Internos”, declarou em um comunicado.

Arianna participou de várias manifestações em homenagem a Floyd, que faleceu em 25 de maio de 2020, depois que o então oficial da polícia de Minneápolis, Derek Chauvin, o matou asfixiado mantendo o joelho sob o seu pescoço durante nove minutos.

O crime gerou protestos e mobilizações que sacudiram os EUA contra a injustiça racial e a brutalidade policial. Após uma intensa pressão, que contou com uma campanha de solidariedade internacional em rechaço ao racismo, Chauvin foi condenado pelo assassinato em abril do ano passado.