Sob pressão geral, Trump recua e assina pacote de ajuda de US$ 900 bi
No limite do atraso e sob a pressão de todos os partidos, o presidente Donald Trump assinou na noite de domingo (27) o pacote que inclui auxílio e gastos de resgate econômico durante a pandemia.
A assinatura do plano que libera US$ 2,3 trilhões evitará a paralisação das atividades do governo a partir de terça-feira (29).
“Estou assinando este projeto de lei para restaurar o seguro-desemprego, interromper os despejos, fornecer assistência de aluguel, adicionar dinheiro para os programas de empréstimos para empresas, devolver nossos funcionários do setor aéreo a seus empregos, adicionar substancialmente mais dinheiro para a distribuição de vacinas, e muito mais”, afirmou o presidente em um comunicado publicado de sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, onde passou o Natal, como se a iniciativa fosse de sua lavra.
A mudança aconteceu após um dia de pressão de todas as alas políticas para evitar um desastre social e econômico, especialmente para a população mais vulnerável. Trump, cujo mandato termina em 20 de janeiro, ficou semanas fora das negociações.
A alocação de gastos do governo precisava da assinatura do presidente até 29 de dezembro para evitar que acontecesse o chamado “shutdown”, a suspensão parcial de atividades e serviços do governo federal.
O programa federal que incluía subsídios de US$ 600 para os desempregados, como parte do plano inicial de ajuda ante a crise provocada pela pandemia de coronavírus, expirou à meia-noite de sábado (26), deixando no sufoco 14 milhões de americanos, segundo a estimativa do centro de estudos The Century Foundation. Agora deve ser restabelecido.
O pacote de estímulo, aprovado pelo Congresso de forma unânime em 21 de dezembro, e agora assinado por Trump, prorrogará as ajudas, assim como outras que deveriam expirar proximamente.
Durante dias, no entanto, Trump se recusou a assinar o pacote, que chamou de “vergonha”, o que pegou republicanos e democratas de surpresa, após terem negociado as medidas durante meses.
As medidas de estímulo estendem a ajuda federal aos desempregados até meados de março e oferecem empréstimos e bilhões de dólares em ajuda para pequenas empresas, restaurantes, hotéis, companhias aéreas e outras empresas em dificuldades.
Também prorroga as moratórias nos despejos para as pessoas que não podem pagar o aluguel, suspende as execuções de hipotecas e proporciona fundos para a distribuição de vacinas de Covid-19.
A presidente democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, chamou o projeto de “pagamento inicial do que é necessário para esmagar o vírus, colocar dinheiro nos bolsos dos americanos e honrar nossos heróis”. “Devemos adotar mais ações de maneira mais rápida” completou.
—
(PL)