Neonazis ucranianos exaltam o colaboracionista Stepan Bandera

O governo de Volodymyr Zelensky vai tirar da Alemanha seu embaixador, Andriy Melnik, depois da pressão sofrida por ele ter defendido a colaboração com o regime de Adolf Hitler durante a 2ª Guerra Mundial. Há informações, no entanto, que vai promovê-lo a vice-ministro das Relações Exteriores.

O futuro vice-chanceler ucraniano é muito mal visto na Alemanha e já sofria pressão para ser retirada do cargo por ter xingado o primeiro-ministro do país, Olaf Scholz, de “salsicha de fígado ofendida”, e por ter tentado chantagear, dizendo que era melhor a Alemanha “cumprir rapidamente o envio de armas pesadas”.

A pressão cresceu fortemente depois que Melnik defendeu, em entrevista, o fascista ucraniano, Stepan Bandera, que se aliou ao regime de Adolf Hitler contra a União Soviética, durante a 2ª Guerra Mundial.

A entrevista teve uma repercussão muito negativa, reforçando a pressão para que Melnik fosse retirado do cargo de embaixador na Alemanha. Uma semana depois, no sábado (9), foi feito o anúncio de que ele seria demitido.

No entanto, o jornal alemão Bild, que informou com antecedência a demissão, também falou que ele receberia uma promoção e seria indicado por Zelensky para ser o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia.

Melnik foi indicado para embaixador da Ucrânia na Alemanha em 2014, depois de ter apoiado o golpe que derrubou o presidente legitimamente eleito. O novo governo, apoiado por milícias fascistas, tem como herói o colaboracionista Stepan Bandera.

O futuro vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia já visitou o túmulo de Stepan Bandera em Munique, na Alemanha em um evento para homenagear o colaboracionista. Questionado sobre as evidências de que Bandera colaborou com o extermínio de judeus e poloneses, falou que isso era apenas uma “narrativa” criada pelos russos.

Melnik disse que Stepan Bandera era, na verdade, um lutador pela liberdade e o comparou com Robin Hood. “Robin Hood também é reverenciado por todos, embora não tenha agido de acordo com a lei”, comentou.

O governo de Israel respondeu que “a declaração do embaixador ucraniano é uma distorção dos fatos históricos, menospreza o Holocausto e é um insulto àqueles que foram assassinados por Bandera e seu pessoal”.

Já para o governo polonês, “essa opinião e essas palavras são absolutamente inaceitáveis”.

No mesmo decreto publicado no sábado, Volodymyr Zelensky determinou a troca dos ministros na Índia, Noruega, Hungria e República Tcheca. Os novos nomes ainda não foram anunciados.

O governo de Kiev também não apresentou os motivos para as trocas, dizendo apenas que era “uma parte normal da prática diplomática”.