A maioria dos convidados preferiu manter distância do prédio mais infectado dos EUA | Foto: Tom Brenner - Reuters

Mesmo com Trump dizendo que “está se sentindo ótimo” e seu médico, Sean Conley, afirmando que o presidente – 10 dias depois de cair doente de Covid-19 e baixar hospital – “não está mais transmitindo”, mas recusando-se a dizer se seu paciente havia testado negativo ou não, a maioria dos 2.000 convidados preferiu não arriscar.

Somente algumas centenas de fanáticos (o portal Common Dreams fala em 200 e outras agências situam em 400) foram ao temerário encontro que tem sido chamado de comício-covid ou de mais uma Covchella (nome dado a festas irresponsáveis às quais, seguindo o desvario de Trump que chamou a pandemia de “gripezinha”, jovens compareciam para desafiar as normas sanitárias e se exporem ao vírus).

Da sua sacada, prosseguiu com mais algumas de suas diatribes. Desta vez disse que aquilo que mais atinge as vidas dos negros e latinos não são os policiais racistas que pululam pelos órgãos de segurança norte-americanos, como os que tiraram as vidas de George Floyd ou de Breona Taylor, mas “os protestos comandados pela esquerda”.

Com mais de 213.000 norte-americanos mortos como resultado da pandemia, a pior situação em todo o mundo, Trump informa que vai comparecer a comícios nos Estados da Flórida, Pensilvânia e Iowa, a partir da segunda-feira e se recusou a participar de um debate virtual com seu oponente democrata, Joe Biden.

A Casa Branca, onde Trump instituiu a prática dos servidores trabalharem sem máscaras protetoras, tornou-se o prédio com maior número de infectados em proporção com a circulação. Já são 34 servidores doentes. Além disso, somente entre os que compareceram para homenagear a juíza Ruth Barret, que Trump quer levar à Suprema Corte a toque de caixa, 14 contraíram o vírus. Funcionários informam, sob condição de anonimidade, que o clima entre os que trabalham na Casa Branca é hoje de pavor.