Afegãos de luto pela morte de familiares e amigos atingidos por míssil dos EUA

“Imagine matar um trabalhador humanitário. Imagine matar sua família também. Imagine que sete deles fossem na verdade crianças, bebezinhos sorridentes. Então, simplesmente se levantar da cadeira para tomar um café e dizer: ‘Erros foram cometidos’. Imperdoável”, escreveu em sua conta do Twitter o denunciante do grampo em massa da CIA e da NSA, Edward Snowden.

A indignação de Snowden se deveu à divulgação, pelo Pentágono, do resultado da investigação sobre o ataque de drones em Cabul em 29 de agosto, que matou 10 civis, incluindo sete crianças. A investigação não viu sequer má conduta ou negligência e não recomendou nenhuma ação disciplinar.

Nesse contexto, Snowden lembrou o caso de Daniel Hale, um ex-analista de inteligência da Força Aérea dos Estados Unidos, que foi condenado a 45 meses de prisão por vazar informações sigilosas a um jornalistas sobre o programa do governo norte-americano de execuções extrajudiciais com drones.

“Esses bastardos colocaram Daniel Hale na prisão por revelar que 9 em cada 10 pessoas que são mortas por ataques de drones são transeuntes, mas eles nem sequer dão um tapa no pulso de alguém quando sua negligência criminosa enterra um total de 10 vidas totalmente inocentes”, enfatizou.

A ‘investigação’ do ataque foi concluída na quarta-feira (3). A revisão, realizada pelo Tenente-General Sami Said da Força Aérea, determinou que houve falhas na comunicação e no processo de identificação e confirmação do alvo do bombardeio.

“Como o Departamento de Defesa admitiu anteriormente, o ataque custou a vida de 10 civis, incluindo três homens e sete crianças”, admitiu Said em suas declarações, garantindo que tal medida foi tomada “em legítima defesa”.

“A investigação não revelou qualquer violação da lei, incluindo as regras de guerra”, concluiu o general.