Síria incorpora-se à iniciativa chinesa de comércio Rota da Seda
A Síria e a China assinaram, na quarta-feira (12), um acordo que estipula a incorporação da nação árabe à iniciativa do Cinturão Econômico da Rota da Seda (Belt and Road Initiative-BRI).
A cerimônia de admissão na iniciativa ocorreu na Comissão de Planejamento e Cooperação Internacional em Damasco e contou com a presença de Fadi Khalil, chefe da Comissão, e Feng Biao, embaixador da China na Síria. Na ocasião, ambas as partes assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) sobre a adesão da Síria à BRI.
A Nova Rota da Seda, proposta pela China em 2013, compreende o Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século XXI, com o objetivo de construir uma rede de comércio, investimento e infraestrutura de transporte, comunicação e energia conectando a Ásia com outras partes do mundo ao longo das antigas rotas comerciais da Rota da Seda e além.
Khalil afirmou que a admissão da Síria na iniciativa revive o papel do país ao longo da história da antiga Rota da Seda, quando foi um dos principais integrantes dessa rede, particularmente através das cidades de Aleppo e Palmyra, e ajudará a impulsionar a cooperação bilateral com a China e com outros países que planejam interagir com a Síria.
Por seu lado, Feng ressaltou que a cooperação entre os dois países fornece a maior contribuição para a reconstrução econômica e o desenvolvimento social na Síria e também aumenta a harmonização entre a BRI e a estratégia para a região proposta pela Síria.
Plataforma mundial de cooperação
O embaixador da China destacou que a iniciativa vai ao encontro do forte desejo dos países de ampla participação econômica. De acordo com Feng, a Iniciativa Cinturão e Rota, a que aderiram cerca de 150 países e mais de 30 organizações, é a plataforma mais vasta de cooperação em nível mundial.
Durante a 5ª Exposição Internacional da Rota da Seda, realizada na China em maio passado, foram assinados acordos de cooperação no valor de US$ 24,5 bilhões, que abrangem alta tecnologia, modernização da agricultura e educação, em 72 projetos-chave.
De acordo com dados oficiais, entre 2013 e 2020 o comércio total entre a China e as nações participantes da BRI foi de US$ 9,2 trilhões, enquanto o investimento combinado de empresas chinesas nesses países chegou a US$ 136 bilhões.
EUA saqueiam riquezas da Síria
Têm se multiplicado as denuncias sobre as operações em que os EUA estão engajados para contrabandear em grande escala petróleo e grãos para fora da Síria, enquanto a população do país devastado pela guerra sofre de uma aguda escassez de produtos básicos.
Recentemente, o Ministro do Petróleo e Recursos Minerais da Síria, Bassam Tomeh, estimou em mais de US$ 92 bilhões as perdas diretas e indiretas da Síria com a pirataria dos EUA do setor de petróleo sírio. Após a posse de Joe Biden, não houve nenhuma mudança em relação à política de Trump de roubo descarado do petróleo sírio sob a mira de armas dos marines que ainda permanecem em áreas não libertas do território sírio.