Entidades com base em Minas Gerais, como sindicatos e ONGs, saíram em defesa da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que foi alvo de ameaças de morte no início do mês. Por meio das redes sociais, os criminosos também ameaçaram estuprar Laura, filha de Manu, que tem apenas 5 anos. Em protesto, entidades sindicais mineras prestaram solidariedade à política do PCdoB e cobraram punição aos criminosos.

Para o Sinpro Minas – que representa professores da rede privada –, o ataque a Manuela é “uma atitude desumana, cruel”, que “merece o forte repúdio de todos e não pode ficar impune, como tem ocorrido em inúmeros casos semelhantes”. A entidade atribuiu as ameaças a “grupos reacionários na internet, que, invariavelmente, desinformam e promovem o ódio”.

“Não resta dúvida de que aqueles que assim agem fazem parte de uma parcela da sociedade hostil à democracia, habituada com a produção e divulgação de fake news. Buscam, com essa prática criminosa, espalhar mentiras, distorcer a realidade e difamar reputações”, afirmou, em nota, o Sinpro. “No âmbito escolar, são os mesmos grupos que tentam interferir na autonomia docente, intimidam os professores e defendem projetos como o ‘escola sem partido’.”

O Sindcefet-MG também se solidarizou. “Vivemos tempos sombrios, de intolerância, de cerceamento da liberdade e de práticas fascistas de intimidação e aniquilação daqueles que defendem a vida e os direitos sociais. Contra o machismo e toda forma de discriminação, somamos força e palavra na defesa da democracia, do respeito à diferença e do direito de lutarmos por justiça social e superação da exploração pelas forças do capital!”, afirmou o sindicato. Sua base é formada pelos professores do Cefet-MF (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais).

De Belo Horizonte, o Instituto Cultiva, atuante na educação para a cidadania e participação social, divulgou uma nota de solidariedade. Segundo a ONG, “Manuela –que é uma das lideranças mais admiráveis da esquerda no Brasil – tem sofrido com sua família uma perseguição que demonstra a misoginia, ódio, perversidade e violência e repulsa que é semeada no Brasil”. Na visão do instituto, esse caso deixa claro que a solidariedade “deve ser sentinela permanente dos lutadores e das lutadoras de direitos humanos”.

Para a Partida MG, referência na luta em defesa da “democracia feminista e antirracista”, a agressão “nesse submundo da internet” não atinge apenas Manuela D’Ávila. “Na verdade, a violência é contra todas nós: mulheres brasileiras”, apontou o coletivo, em suas redes sociais. “Nós, mulheres da #partidAMG repudiamos este ato inominável, baixo, cruel, fascista. Repudiamos toda e qualquer violência política cometida contra as mulheres!.”

Com sede em Varginha, o Saaesul-MG (Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar da Região Sul do Estado de Minas Gerais) igualmente denunciou “onda de terror da extrema-direita disseminada nas redes” contra Manuela e sua filha: “O acirramento da extrema-direita estimula esse tipo de violência, que causa danos coletivos, alimenta medo e terror, típicos do bolsonarismo no País”.

O Sind-Rede/BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte) lembrou que Manuela “tem sofrido diversas ameaças de violência física e sexual nos últimos anos por parte de opositores da extrema-direita”.  Conforme a entidade, “o machismo – que acirra desigualdades de gênero e precisa ser combatido todo dia – se torna ainda mais pesado quando se encontra com ideologias neofascistas e de ultradireita. Que os agressores sejam identificados e punidos!”.