Richard Trumka, presidente da central sindical norte-americana AFL-CIO

“Infelizmente, as regras que Trump prometeu mudar estão ferindo os nossos trabalhadores”, afirmou o presidente central sindical norte-americana AFL-CIO, Richard Trumka, em entrevista coletiva no prédio do Congresso Nacional dos Estados Unidos em referência ao Dia do Trabalhador, o Labor Day, que este ano caiu em 2 de setembro.

Na avaliação de Trumka, o governo segue multiplicando mazelas: “ele se opõe a qualquer aumento no salário mínimo, mudou regras para tirar o pagamento por horas extras de dois milhões de trabalhadores, propôs cortes no montante de um trilhão nos planos de saúde estatais do Medicare e Medicaid. Com isso, fez retroceder os padrões de atendimento de saúde dos trabalhadores”.

Trumka acrescentou que ao mesmo tempo houve corte nos impostos para as empresas, “os salários reais caíram porque os preços de moradia e gastos com saúde se elevaram”. “Essa é a resposta do presidente à queda no poder aquisitivo dos trabalhadores”, frisou o sindicalista, para quem Trump “sopra as velas das corporações, mas é um desastre para os trabalhadores”.

O repórter para questões trabalhistas do New York Times, Steven Greenhouse, concorda com as denúncias de Trumka e destaca que, sob o comando de Trump, o Labor Department (equivalente ao nosso Ministério do Trabalho) “foi orientado a relaxar as regras de inspeção nas minas de carvão, mas não pôde levar isso adiante, pois uma Corte federal o impediu”.

Trump tornou mais fácil para companhias que repetidamente violaram leis trabalhistas, de transgressão sexual, discriminação racial ou transgrediram leis que protegem o direito de sindicalização, conseguirem contratos federais, prossegue o repórter do NYT.

“Trump – que se apresentou na campanha de 2016 como o paladino dos trabalhadores – está lhes trazendo danos, inclusive com uma política que está levando as indústrias à recessão”, denuncia Greenhouse e ironiza: “Com um amigo desses, os trabalhadores norte-americanos não precisam de inimigos”.