O presidente argentino recém-empossado, Alberto Fernández, recebe Evo Morales, presidente boliviano reeleito e deposto por um golpe.

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, desembarcou na manhã da quinta-feira (12) no aeroporto internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, como “exilado político”. A seu lado viajaram o ex-vice-presidente, Álvaro García Linera; a ex-ministra da Saúde, Gabriela Montaño; o ex-chanceler, Diego Pary, e o ex-embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA), José Alberto Gonzáles, que também escolheram a Argentina “pela proximidade com a Bolívia”. Os filhos de Evo, Evaliz e Álvaro, já se encontram no país há três semanas.

“Há um mês cheguei no México, país irmão que nos salvou a vida. Estava triste e destroçado. Agora desembarquei na Argentina para seguir lutando pelos mais humildes e para unir a Pátria Grande. Estou forte e animado”, escreveu Evo, no twitter, agradecendo “ao México e à Argentina por todo seu apoio e solidariedade”.

O líder boliviano reiterou a sua gratidão ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pelo acolhimento proporcionado durante os dias posteriores ao golpe, quando foram assassinados 36 ativistas, feridos à bala mais de 800 e presos mais de 1.500, numa brutal onda de perseguições. “Meu eterno agradecimento ao presidente López Obrador, ao povo e ao governo do México por salvarem-me a vida e por abrigar-me. Me senti em casa junto a irmãs e irmãos mexicanos”.

De acordo com o ministro de Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, assim que os dirigentes bolivianos aterrissaram no país “foi lhes dado asilo político e eles logo pediram para ser refugiados”. “Nas próximas horas cessará a condição de exilados e assumirão a de refugiados”, confirmou Solá.

Frente à cruel e covarde chantagem imposta a parlamentares, prefeitos, ministros e governadores do Movimento Ao Socialismo (MAS), que tiveram suas residências incendiadas, filhas estupradas e famílias ameaçadas de morte, Evo renunciou à Presidência da Bolívia e deixou o país no dia 11 de novembro.