O setor de serviços caiu 0,1% em novembro de 2019 ante o mês anterior, estacionando em um patamar 9,8% abaixo do nível em que o setor operava em 2014, informou a pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta terça-feira (14).
O que os dados sugerem é que o setor – que responde por 75,8% da formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país – se distancia da tão propagandeada recuperação, mesmo em um mês em que as expectativas eram mais altas por conta da liberação do FGTS e das promoções da Black Friday. Depondo contra a tese de que em 2019 houve crescimento, o acumulado de dados mensais até novembro mostram que na série com ajuste sazonal houve variação positiva em apenas cinco dos onze meses.
Na comparação com os onze meses correspondentes de 2018, houve um ligeiro avanço de 0,9%, que não foram suficientes para, tampouco, recuperar quatro anos de resultados negativos consecutivos e um de estagnação.
De outubro para novembro, houve queda em três das cinco atividades, com destaque para o recuo de transportes, serviços auxiliaries aos transportes e correio (-0,7%), serviços prestados às famílias (-1,5%) e serviços de informação e comunicação (-0,4%).
O segmento de transportes, que exerce grande peso sobre o todo, foi especialmente prejudicado pelo desempenho da indústria, apontou o IBGE.
“Todo o movimento de queda da indústria se reflete em baixo volume do transporte de cargas no país”, disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Na semana passada, o IBGE mostrou que a produção industrial caiu 1,2% em novembro,
O segundo maior impacto negativo foi do segmento de serviços de informação e comunicação, puxado pelas atividades de desenvolvimento e licenciamento de softwares e consultoria em tecnologia da informação.
Juntos – serviços de transportes e serviços de informação e comunicação –representam 63% de todo o setor de serviços.
Regionalmente, 16 dos 27 estados tiveram queda no volume de serviços em novembro, na comparação com o mês imediatamente anterior. As maiores quedas foram registradas em Mato Grosso (-5,7%), Minas Gerais (-1,1%), Pernambuco (-3,0%), Santa Catarina (-1,8%), Espírito Santo (-3,5%) e São Paulo (-0,1%).