A production line employee works at the AMES Companies factory, the largest wheelbarrow factory in the world, in Harrisburg, Pennsylvania, U.S. on June 29, 2017. Picture taken on June 29, 2017. REUTERS/Tim Aeppel

A indústria de calçados de Franca, em São Paulo, encerrou o ano de 2019 com baixa histórica em produção e nível de emprego. O total de calçados fabricados no ano passado, de 24 milhões de pares, caiu 10,4% na comparação com 2018 e atingiu o pior patamar desde 1996. Em relação ao total de postos de trabalho, o polo calçadista fechou o último ano com 14,4 mil empregados, esse é o pior resultado na série histórica da indústria calçadista, iniciada nos anos 2000.
“Chegou a um ponto em que a situação, para reverter, vai levar anos”, disse o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, destacando que esperava que o governo Bolsonaro tomasse algumas providências para melhorar o mercado interno, que é o principal responsável pela movimentação dos negócios do setor calçadista.
De acordo com um relatório, elaborado pelo Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), com base no saldo CAGED, 2019 foi um ano de retração para um dos principais polos fabricantes de sapatos do país, responsável pela geração de 44% dos empregos do segmento no estado de São Paulo.
“O saldo CAGED de dezembro/2019 foi de -2.948 vagas, -16,4% a menos se comparado ao mesmo mês em 2018, quando tivemos um saldo negativo bem maior, de -3.431 vagas”, diz Brigagão do Couto no relatório, que apontou ainda que o setor calçadista de São Paulo registrou queda de 6,03% no número de funcionários na comparação de 2019 com 2018, e destacou ainda que o cenário calçadista brasileiro também apresentou queda no número de vagas, um recuo de -0,61%.
O relatório aponta que o setor demitiu menos em 2019, em relação ao ano anterior, mas o presidente do Sindifranca pondera que essa redução não foi promovida por uma maior demanda de produção, mas sim pela necessidade de manutenção de equipes em patamares mínimos.
“Demitiu menos porque vem caindo o número de funcionários. Não é possível zerar o número de funcionários. Chegou ao fundo do tacho. Não dá mais para demitir para perder equipe”, disse Brigagão do Couto.