Os servidores de carreira do Ministério do Meio Ambiente se unem à mobilização nacional pela recomposição salarial do funcionalismo. Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Conservação (ICMBio) e Serviço Florestal Brasileiro estão entre as categorias que se opõem a seletividade do governo Bolsonaro que, visando a campanha eleitoral que se avizinha, pretende reajustar apenas os salários dos policiais.

“Não é o aumento para policiais e militares que preocupa a Associação, mas o que chama a atenção é a disparidade de tratamento entre as carreiras e o uso dos recursos de todos os brasileiros como se fosse propriedade privada do Presidente”, disse, em nota, a Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Ascema Nacional).

“Com foco nas eleições de 2022, o governo federal e sua bancada no Congresso Nacional resolvem dar preferência ao reajuste salarial de 45,3 mil policiais, enquanto mais de um milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas estão com a remuneração congelada há cinco anos ou mais”, ressaltou a nota.

Assim como outras categorias, os servidores da pasta do Meio Ambiente pretendem adotar a chamada operação-padrão nos embarques madeireiros no Norte do país, com paralisações e fiscalizações mais rígidas. Esse é o método adotado pelos auditores fiscais agropecuários, e pelos auditores da Receita Federal, que estão trabalhando neste formato desde o dia 27 de dezembro, também como resposta à decisão do governo federal de não incluir o reajuste do funcionalismo no orçamento de 2022.

A concessão de reajustes apenas à categoria dos policiais é vista como exemplo do desprezo do governo Bolsonaro aos serviços e servidores públicos. A Ascema Nacional “reafirma o repúdio a esta tentativa de diluir tudo que foi conquistado desde 1988 e se posiciona ao lado dos servidores civis de todas as carreiras públicas, que têm sofrido, todos os dias, inúmeros ataques da atual gestão. Estamos prontos para compor um movimento forte unificado de todos os servidores públicos federais, que não merecem ser tratados como funcionários de segunda classe”, continua.

Os servidores estão convocando, ainda, uma greve geral do funcionalismo para o próximo dia 18, como parte do calendário de luta para pressionar o governo federal.

“Serviço público de qualidade se faz com profissionais públicos competentes, respeitados e valorizados. O cidadão brasileiro merece o melhor e não um estado policial”, conclui a Ascema.