Servidores do BC entregam cargos comissionados
Os servidores do Banco Central iniciaram nesta segunda-feira (3/1) um movimento de entrega de cargos comissionados ao presidente da autoridade monetária. O movimento é uma resposta à mensagem de fim de ano enviada aos servidores por Roberto Campos Neto, que foi a gota d’água para a insatisfação dentro do quadro do BC do tratamento diferenciado em relação aos pedidos de reajuste por outras categorias.
“Os policiais federais e os servidores da Receita Federal terão reajuste salarial em 2022, aprofundando ainda mais as diferenças remuneratórias entre o BC e carreiras congêneres”, aponta, em nota, o Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal). “Já houve acordo na questão dos 28,86% para os servidores da Receita Federal, os do Tesouro Nacional, os Policiais Rodoviários Federais, os da Controladoria-Geral da União etc., mas não houve negociação para os servidores do Banco Central do Brasil”, enumera o sindicato.
Na nota, a entidade menciona que Campos Neto deixou de atender aos representantes dos servidores no final do ano passado, quando sua atuação era fundamental para que a categoria conseguisse os recursos no Orçamento 2022 para o reajuste salarial. Além disso, segundo descreve o sindicato, o presidente do BC “presenteou” os servidores em 31/12/2021 com um e-mail de fim de ano “no mínimo lamentável”, com elogios ao trabalho dos servidores, mas nenhum comentário sobre a questão do que o sindicato considera “assimetrias” salariais em relação a outras categorias.
“De elogios inócuos e “tapinhas nas costas” os servidores estão cansados. O que se quer, de verdade, é ver o Presidente do BC entrar em campo para valer e conseguir resolver de uma vez por todas as duas assimetrias acima citadas. O momento exige, obviamente, uma priorização, a fim de não se perder o foco: a prioridade será a reestruturação, com reajuste salarial, dos cargos de Analista e Técnico”, afirma.
No email, Campos Neto teria afirmado que “não existe espaço para lamentações”. “Realmente não adianta lamentar, desabafar no WhatsApp. O único caminho real para resolvermos nossos problemas atuais é o das mobilizações!”, considera o sindicato na nota, pela qual conclama os servidores para os três processos de mobilização que o Sinal, o SintBacen e a ANBCB estão construindo em conjunto, que abarcam as assinaturas da lista de não-assunção de comissões e da lista de entrega de comissões e substituições bem como a preparação para o dia de protesto pela Reestruturação da Carreira a ser realizado em 18 de janeiro, com atividades virtuais para todas as praças e protesto presencial em Brasília. “Somente a mobilização trará nossas merecidas conquistas!”, enfatiza o Sinal.