Os servidores do Banco Central (BC) decidiram manter a greve da categoria por reajuste salarial e reestruturação de carreira. A decisão foi tomada em assembleia organizada pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL), na terça-feira (24), já que o governo nem sequer abriu uma mesa de negociação com o sindicato acerca da pauta dos servidores do órgão.

“Com o prazo para uma reestruturação de carreira e reajuste salarial em 2022 perto do fim, permanece o questionamento: cadê a proposta?”, questiona o sindicato em nota.

A categoria cobra uma proposta oficial do governo e da direção do BC à minuta enviada ao Ministério da Economia com as reivindicações apresentadas pelo sindicato.

“A decisão pela continuidade do movimento grevista se dá em grande medida pelo entendimento de que está mais do que na hora de o BC apresentar, oficialmente, uma proposta ou abrir uma mesa de negociação para, de forma célere, se chegar a um acordo, haja vista os prazos legais”, afirma o SINAL.

Em relação aos impactos da greve da categoria, que começou no início de abril e havia sido suspensa entre os dias 20 de abril e 2 de maio como forma de demonstrar a boa vontade dos servidores em estabelecer uma mesa de negociações com o governo, o presidente do Sinal, Fábio Faiad, disse que “a sociedade está tendo um prejuízo que não é culpa dela, mas sim do governo, pela sua intransigência”.

“A greve tem adesão majoritária e vai continuar a afetar o Relatório Focus, a divulgação da ptax [taxa de câmbio], a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro, a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro e outras atividades”, afirmou Faiad.

A categoria reivindica reajuste salarial de 27% (para repor a inflação entre 2017 e 2022) e a reestruturação de carreiras (que segundo o sindicato não tem impacto fiscal).