O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta quinta-feira (12) os resultados do setor de serviços em julho, lamentando que o resultado está 11,8% abaixo do que foi atingido em 2014. Sobre o final de 2018, o setor está 1,2% menor.
Além da prestação de serviços diretos – arrefecida pelo desemprego e subemprego que já atingem 28,2 milhões de pessoas no país – a demanda da indústria foi apontada como principal fator para os resultados.
Isso demonstra que a despeito dos que defendem o desenvolvimento de uma “economia de serviços”, não há setor terciário que cresça sem o produtivo.
De acordo com o gerente da pesquisa Rodrigo Lobo, a queda em relação a dezembro pode ser explicada pelo setor de transporte – 2,8% menor que no final do ano passado.
“O transporte de carga, em especial o terrestre, tem uma grande aderência ao setor industrial”, disse, na coletiva de apresentação dos dados. “Esse resultado é influenciado pela magnitude da queda, além do peso do setor de transportes, que representa 31,25% nos serviços”, esclarece o pesquisador.
A indústria, por sua vez, fechou em julho o terceiro mês consecutivo de resultados negativos. E no encerrar do primeiro trimestre, o resultado foi 2,5% menor que no mesmo período do ano passado.
Na passagem de junho para julho, houve variação positiva de 0,8% – todavia, nada que pudesse recompor, também, o nível em que o volume de serviços estava em dezembro do ano passado. “Continua errático o comportamento do setor de serviços”, resumiu Lobo.
“Não dá para chamar ou inferir que essa taxa de 0,8% é o início de uma reação ou recuperação. Foi apenas uma reposição de uma perda de um mês anterior”, disse o IBGE. Em junho, o volume no setor de serviços havia caído 0,7% sobre maio.
“Para o setor ter uma alta maior e consistente a economia precisa estar mais forte e os setores de comércio e especialmente a indústria demandarem mais serviços, assim como as própria famílias, cuja renda está estabilizada”, acrescentou Lobo.