A escalada golpista de Jair Bolsonaro (PL) vem recebendo reações internacionais de repúdio há algum tempo. E uma das mais recentes veio por iniciativa do senador democrata Bernie Sanders. Ele pretende apresentar ainda neste mês um projeto de resolução para que o Senado dos Estados Unidos se manifeste formalmente em apoio à democracia brasileira e à realização de eleições presidenciais livres e justas.

O objetivo do projeto de resolução é apoiar o processo eleitoral de maneira que o vencedor do pleito — seja ele quem for — possa assumir o comando do país sem turbulências ou interferências autoritárias. A iniciativa pretende pedir que os EUA rompam laços com o Brasil caso haja algum tipo de reação contrária ao resultado das urnas. Segundo Sanders, ele já recebeu apoio dos democratas para a medida, mas nenhum membro do Partido Republicano se manifestou a respeito até o momento.

Sanders declarou que “seria inaceitável que os Estados Unidos reconhecessem e trabalhassem com um governo que realmente perdeu a eleição. Seria um desastre para o povo do Brasil e enviaria uma mensagem horrível para o mundo inteiro sobre a força da democracia”.

A insatisfação internacional com os arroubos autoritários de Bolsonaro se intensificou após a reunião convocada pelo presidente com embaixadores de vários países no dia 18 de julho. Na ocasião, Bolsonaro usou a estrutura governamental para novamente atacar, sem provas, as urnas eletrônicas.

No dia seguinte à reunião, a embaixada dos EUA em Brasília emitiu comunicado no qual afirmava que o sistema usado no Brasil é referência para outros países. “As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”, diz a mensagem.

 

Priscila Lobregatte

Com agências