Senado fará sua agenda de comemorações dos 200 anos da Independência
O Senado vai desenvolver neste ano uma agenda própria de eventos para a celebração dos 200 anos da Independência do Brasil diante do descaso e da omissão do governo federal com a data.
“No centenário, o Brasil fez a Semana de Arte Moderna e a atual versão do Hino Nacional. No sesquicentenário [150 anos], trouxe os restos mortais de Dom Pedro I. Agora existe omissão total do governo”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), coordenador da comissão especial destinada ao tema.
Em mais 30 anos de vida pública Bolsonaro nada organizou. Não seria agora que organizaria algo. Em três anos de mandato presidencial não se engajou em nada positivo. Só se envolveu em confusões e conflitos absolutamente desconstrutivos.
Não é por outro motivo que tem à frente da Secretaria Especial de Cultura um obscuro Mário Frias, que recentemente disse que o Brasil tem “quatrocentos e não sei quantos mil quilômetros de praia”. Quando se sabe que o litoral do país tem 7.367 quilômetros.
Estão previstos carreta itinerante sobre a história do Brasil, página na internet, convite para que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, venha ao Brasil, entre outros eventos para comemorar a passagem histórica.
Pela historiografia oficial, a independência do Brasil foi proclamada por Dom Pedro I às margens do riacho Ipiranga, localizado na cidade de São Paulo, em 7 de setembro de 1822. O episódio é conhecido também como “Grito da independência”, quando Dom Pedro proclamou a independência do país.
Entre os fatores que possibilitaram a chamada “Independência do Brasil” pode-se destacar a crise do sistema colonial, as ideias iluministas originárias da Revolução Francesa (1789-1799) e as independências ocorridas nas américas inglesa e espanhola. Além disso, a própria elite agrária brasileira se beneficiaria da separação entre Portugal e Brasil.
O projeto 200 anos 200 livros, que vai fazer parte das comemorações, deve contar com o lançamento de novas edições de livros já conhecidos e a publicação de novas obras, além de trabalho de interação com esses escritos na página temática na internet.
Em setembro, o Senado deu o pontapé inicial na resolução, com o lançamento do livro “Vozes do Brasil: a linguagem política na Independência (1820-1824)”, que reúne panfletos históricos utilizados na época para divulgação de ideias ou posições por diferentes grupos políticos e indivíduos, na maior parte das vezes de forma anônima ou sob pseudônimo.
Os panfletos reunidos no livro estão na Universidade Católica da América, em Washington, e foram reproduzidos de maneira fac-similar na obra a partir de cooperação entre a instituição de ensino e a comissão do Senado, da qual também faz parte Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente da Casa.