A direção nacional do PCdoB realizou, nesta quinta-feira (14), seminário sobre a campanha eleitoral 2022. Cerca de 300 dirigentes e profissionais participaram do evento, feito por meio de videoconferência. O objetivo do evento foi apresentar um panorama geral sobre os desafios eleitorais; os instrumentos de comunicação; arrecadação, gastos eleitorais e prestação de contas e escolha e registro de candidaturas.

Ao abrir o evento, Nádia Campeão, secretária de Organização, saudou a disposição do coletivo partidário e a ampla participação no evento. Além deste seminário, o PCdoB planeja encontros específicos para as áreas que envolvem a campanha eleitoral e produziu um guia detalhado com informações e orientações importantes para este pleito.

Presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos falou sobre o contexto político que marca as eleições deste ano e os objetivos centrais do partido: concentrar energia para derrotar Bolsonaro e eleger Lula e uma forte bancada comunista. A dirigente salientou que as pesquisas mais recentes mostraram certa recuperação de Bolsonaro, de maneira que hoje não é possível afirmar com certeza a possibilidade de decidir a eleição em primeiro turno.

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Além disso, Luciana destacou as dificuldades enfrentadas pelo povo, especialmente a carestia, que compromete o poder de compra e sacrifica, sobretudo, as famílias mais empobrecidas. Bolsonaro tenta retomar alguma iniciativa política e, neste sentido, vem a PEC do Desespero, pacote eleitoreiro de benefícios aprovado nesta semana no Congresso que busca garantir sua vaga no segundo turno.

Luciana também elogiou as iniciativas de Lula de buscar dialogar e reconstruir pontes com o setor produtivo e o mercado, lembrando que somente um amplo movimento, reunindo várias forças da sociedade, conseguirá fazer frente à extrema-direita.

A dirigente ainda rechaçou a violência política, cujo capítulo mais trágico e recente foi o assassinato do petista Marcelo Arruda por um bolsonarista, em Foz do Iguaçu. Ela destacou que o bolsonarismo busca intimidar a esquerda e os setores progressistas, de maneira que é preciso atenção e vigilância. Neste sentido, defendeu ações em diversas frentes, inclusive no judiciário, e um um amplo movimento social em defesa da paz na política e da democracia.

Comunicação como instrumento estratégico

 

O primeiro painel do seminário se dedicou a tratar da importância da comunicação e seus mais diversos instrumentos na batalha eleitoral deste ano. A secretária nacional de Comunicação do partido, Renata Mielli, discorreu sobre o tema e destacou a importância de que as campanhas profissionalizem a comunicação devido à alta complexidade e diversidade de instrumentos que, hoje, exigem cada vez mais conhecimento específico.

Ela também apontou que é preciso ocupar adequadamente todos os espaços de comunicação; utilizar as tecnologias de informação disponíveis e trabalhar de forma propositiva e inovadora, com linguagem específica para cada meio.

Inácio Carvalho, secretário-adjunto de Comunicação do PCdoB, falou sobre a comunicação da campanha e os limites da lei eleitoral e reforçou aspectos colocados no Guia Eleitoral do partido. O documento aponta que “a pré-campanha tem relevância semelhante à da campanha eleitoral propriamente dita”.

Nesse período, conforme destaca o Guia, “as únicas proibições consistem em pedido explícito de voto e campanha que veicule conteúdo eleitoral em local vedado, ou por meio, forma ou instrumento proscrito no período de campanha”. Carvalho também falou sobre a possibilidade de arrecadação prévia por vaquinha virtual — também tratada no Guia.

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Gustavo Alves, coordenador de Redes Sociais do PCdoB, falou sobre os desafios da campanha digital. Ele defendeu a importância das redes sociais, mas também salientou que não existe campanha sem presença e movimentação nas ruas.

Alves discorreu sobre as especificidades de algumas das principais redes sociais e destacou como os três pilares de uma campanha digital a comunicação direta, por meio do uso de aplicativos como Whats App e Telegram; as redes sociais — como Facebook, Instagram, Twitter e Tiktok, entre outras — e o uso dos impulsionamentos pagos que são permitidos por lei.

O fim do primeiro painel ficou a cargo de Neide Freitas, secretária nacional de Planejamento e Administração, que falou sobre as ferramentas PCdoB Digital e Elza — de gestão de dados do partido —, ambas fundamentais para o processo eleitoral, mostrando como as mesmas podem ser utilizadas em âmbito local.

Arrecadação, gastos, prestação de contas e candidaturas

 

A segunda parte do seminário teve como foco o tema da arrecadação, os gastos eleitorais e prestação de contas. Fábio Tokarski, secretário de Finanças, tratou sobre a importância da captação de recursos pelos candidatos para viabilizar as campanhas. Ele também chamou atenção para os cuidados que devem ser tomados ao longo de todo o processo a fim de garantir a prestação de contas em conformidade com o que exige a lei eleitoral e a importância de não se deixar dívida pendente.

Tokarski também salientou que diferentemente do ambiente político de 2018, hoje, apesar de toda a pressão da direita e das dificuldades enfrentadas pela população, há um clima de esperança que pode favorecer o apoio ao campo progressista e de esquerda.

O contador do PCdoB, João Brasil, detalhou informações sobre abertura de conta em banco e a prestação de contas, arrecadação, prazos, contratação de profissionais especializados em contabilidade e direito eleitoral como forma de garantir maior segurança ao processo. Tais aspectos também são tratados no Guia Eleitoral.

Por fim, um grupo de advogados, moderados pelo advogado do PCdoB, Paulo Machado Guimarães, falou sobre a escolha das candidaturas proporcionais e majoritárias, as convenções eleitorais e o registro de candidaturas no contexto da federação e como tais questões estão sendo viabilizadas em alguns estados.

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Por Priscila Lobregatte