Sem apoio do governo Bolsonaro, Amapá recebe oxigênio da Venezuela
O governo da Venezuela anunciou na última segunda-feira (22) que enviará ao Amapá caminhões carregados de oxigênio, a fim de evitar o colapso do sistema de saúde do Estado e salvar vidas de pacientes intubados devido à Covid-19, ameaçados de morrer por asfixia.
A informação foi confirmada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comemorando em postagem no Twitter a providencial solidariedade recebida.
“Urgente! Acabo de falar com o embaixador da Venezuela, Alberto Castellar, que nos garantiu o apoio do governo venezuelano para Macapá e para o Amapá na questão do oxigênio. Iremos mobilizar a logística para efetivar o auxílio que estamos recebendo”, destacou Randolfe.
É o segundo Estado brasileiro em crise sanitária gravíssima, devido à pandemia, a ser socorrido pelo governo venezuelano. O primeiro foi o Amazonas, em janeiro, com pacientes agonizando nos hospitais de Manaus na falta do insumo básico.
Na contramão, Bolsonaro agredia a Venezuela, e mandava lotes e mais lotes de cloroquina para o ineficaz, prejudicial e fantasioso tratamento precoce contra a Covid-19.
“No momento, temos que colocar o ser humano no centro, salvar a vida do ser humano”, tem afirmado o presidente Maduro, para quem, acima de tudo, é o momento de “gestos de amor”, deixando divergências político-ideológicas e “respostas mesquinhas e de ódio de lado”.
Em janeiro, dez meses após o começo da pandemia, pacientes de uma ala inteira morreram asfixiados em um Hospital Universitário em Manaus. O desespero de profissionais de saúde que, no limite de suas forças, precisavam decidir entre quem salvar ou deixar morrer. Familiares e profissionais comprando cilindros de oxigênio por conta própria, e com valores cada vez mais exorbitantes, tentando socorrer e dar um sopro de vida a entes queridos.
Na oportunidade, a multinacional White Martins, principal fornecedora de oxigênio, comunicara ao governo federal sobre os riscos de faltar oxigênio medicinal na capital do Amazonas e pedira apoio logístico ao Ministério da Saúde. Na ocasião, Pauzello visitou o Estado e deixou o pior acontecer.