O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) criticou, nesta quarta-feira (21), em suas redes sociais, a postura de Jair Bolsonaro com relação à vacina Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac, que no Brasil será produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo.

  

“Não queremos uma nova guerra na Federação. Mas com certeza os governadores irão ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário para garantir o acesso da população a todas as vacinas que forem eficazes e seguras. Saúde é um bem maior do que disputas ideológicas ou eleitorais”, disse o governador.

Flávio Dino comentou ainda que “Bolsonaro agora quer fazer a “guerra das vacinas”. Só pensa em palanque e guerra. Será que ele não quer jogar War ou videogame com Trump? Enquanto jogasse, ele não atrapalharia os que querem tratar com seriedade os problemas da população”.

Em publicação anterior, Flávio Dino questionou: “Ontem houve uma reunião do Ministro da Saúde, sua equipe e os governadores em que o contrário foi anunciado. Afinal, o que está valendo?”.

Nesta terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello havia anunciado, em reunião com os governadores, o acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da vacina. Já nesta quarta-feira (21), Bolsonaro, ao responder questionamentos de seus seguidores nas redes sociais, negou o anúncio do ministro e disse que a mesma “não será comprada”. Agora, em clara contradição à postura que teve com relação, por exemplo, à hidroxicloroquina, Bolsonaro tem defendido a necessidade de haver comprovação científica como forma de colocar em dúvida a eficiência da vacina.

Conforme noticiado recentemente pela própria Agência Brasil (EBC), testes da fase um e dois da Coronavac feitos na China mostraram que a vacina é segura, uma vez que não provocou efeitos colaterais ou adversos graves. No Brasil, apenas 35% dos 9 mil voluntários que participaram do teste da fase três “tiveram reações adversas leves após a aplicação da vacina, tais como dor no local da aplicação ou dor de cabeça. Não houve qualquer registro de efeito colateral grave durante a testagem”, noticiou a Agência Brasil. De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantã, dentre as vacinas em teste pelo mundo, a Coronavac é a que tem se mostrado mais segura.

Por Priscila Lobregatte