O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, informou ter sido contatado pelo Ministério da Saúde para a aquisição de um segundo lote da CoronaVac com 54 milhões de doses do imunizante. A comunicação, que segundo Covas foi informal, ocorre após os governadores pressionarem a pasta dirigida por Eduardo Pazuello a adquirir as vacinas.

 O Butantan já havia alertado o governo federal da necessidade de manifestar interesse pela ampliação do acordo com o laboratório chinês Sinovac. O contrato atual, fechado com o instituto paulista no ano passado, prevê a entrega de 46 milhões de doses até o mês de abril. Ao todo, 10,8 milhões de doses da CoronaVac já se encontram no Brasil. Segundo o instituto, novas remessas do imunizante chegam ao país a partir da próxima semana.

 A ampliação do acordo, proposta pelo Butantan, é fundamental para a garantia da imunização dos brasileiros diante das incertezas de efetivação de compras de outras vacinas contra o coronavírus.

 Anteriormente, o governo paulista chegou a estabelecer um prazo limite para uma resposta do Ministério da Saúde. “Caso o Ministério da Saúde não confirme até esta data (dia 5) que vai adquirir mais 54 milhões de doses contra a Covid-29 do Instituto Butantan, o governo do Estado autoriza desde já o instituto a fornecer doses das vacinas aos Estados e municípios”, disse Doria.

 Além do acordo com o Butantan, o governo federal mantém parceria com a multinacional AstraZeneca para a aquisição de outras 100 milhões de doses da vacina por meio da Fundação Osvaldo Cruz. No entanto, os insumos para a produção dos imunizantes ainda não chegaram ao Brasil. Segundo a Fiocruz, há uma “sinalização” de que o primeiro lote de insumos da vacina AstraZeneca chegue no mês de fevereiro.

 FÓRUM DE GOVERNADORES

 O Fórum Nacional dos Governadores solicitou que o governo federal adquirisse as 54 milhões de doses da CoronaVac. O documento foi assinado pelo governador, Wellington Dias (PI), que preside o órgão, pede ainda que, na impossibilidade de aquisição pelo governo federal, “seja viabilizada a opção de compra por parte dos Estados brasileiros, conforme anteriormente aventado”.

“A esse respeito, solicito ao Governo Federal celebração de contrato de compra firme do total de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, assim como o estabelecimento de acordo visando à apresentação do cronograma para a entrega das próximas doses, o que possibilitaria aos estados e municípios maior capacidade de planejamento na vacinação”, apontaram os governadores no ofício. 

“Caso não seja possível confirmar a aquisição federal dos referidos imunizantes, pleiteio que seja viabilizada a opção de compra por parte dos estados brasileiros, conforme anteriormente aventado”, completa.

 Até o momento, a próxima remessa de distribuição do governo federal está marcada para 3 de fevereiro, com 3,2 milhões de doses da Coronavac. A carta também solicita um cronograma oficial de entrega das doses, “o que possibilitaria aos Estados e municípios maior capacidade de planejamento na vacinação”, e que o próximo lote chegue às 27 unidades federativas até o dia 7.