Após a juíza federal do Amazonas, Maria Elisa Andrade, mandar a Polícia Federal devolver os volumes de madeira e maquinários apreendidos na Operação Handroanthus, o ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, que conduziu a operação, mandou um recado em suas redes sociais:

“Aviso aos ladrões de terras e madeira: o jogo só termina quando acaba. Sentenças são sujeitas a recursos”, escreveu na quarta-feira (5).

Enquanto era superintendente da PF, o delegado Alexandre Saraiva encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime pedindo investigação das condutas de Salles (Meio Ambiente) e do senador Telmário Mota (Pros-RR) por atrapalhar medidas de fiscalização e atuar a favor dos madeireiros ilegais.

Logo após a denúncia contra o ministro, Alexandre Saraiva foi exonerado do cargo na PF do Amazonas, por decisão do novo diretor-geral do órgão, Paulo Maiurino.

Na notícia-crime enviada ao STF, Alexandre Saraiva denuncia que Ricardo Salles dificulta fiscalização ambiental e patrocina interesses privados.

A apreensão de madeira ilegal na Operação Handroanthus foi a maior da história do país. Durante a apreensão, o ministro esteve no local e uma semana depois voltou ao Pará para se reunir com os madeireiros, numa manifesta afronta à operação da PF.

Mesmo com farta documentação apresentada pela Polícia Federal, com laudo e imagens de satélite mostrando que a retirada da madeira daquela localidade era ilegal, a juíza Maria Andrade afirma em seu despacho que “ainda carece de esclarecimento em que datas as áreas não autorizadas teriam sido exploradas, quando a estrada para escoamento da madeira teria sido aberta, se tais estradas são de acesso restrito ou não, dentre outros dados importantes para eventual atribuição de desmatamentos à impetrante”.