O lucro líquido do banco Santander no terceiro trimestre deste ano atingiu R$ 3,705 bilhões. Um aumento de 19,2% em relação ao mesmo trimestre de 2018. E de 5,8% em relação ao segundo trimestre deste ano.
O resultado representa um retorno de 21,1% sobre o “Patrimônio Líquido“ (toda riqueza do banco) no período. Os números fazem parte do relatório do banco divulgado na quarta-feira (30/10).
As linhas de crédito que tiveram maior destaque foram as linhas destinadas às pessoas físicas, que subiram 17,1% no total, puxadas pelo crédito consignado e imobiliário, e pelo cartão de crédito. Esse último é apontado como o grande vilão por mais de 70% das famílias endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
A taxa de juro do cartão de crédito, segundo dados do Banco Central, ultrapassam 300% ao ano.
É um desempenho econômico e financeiro para nenhum banqueiro botar defeito, especialmente considerando as condições da economia nacional, combalida desde 2015 e 2016, quando encolheu mais de 7%, e que vem se agravando com o governo Bolsonaro. No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto ficou negativo em 0,2% e no segundo trimestre patinou em torno de 0,4%. Em 2017 e 2018, o PIB registrou 1,1% de crescimento. Todas as previsões apontam para um PIB menor do que 1% este ano.
O desemprego que atinge em torno de 13 milhões de trabalhadores, um subemprego recorde de 38,8 milhões de brasileiros e a produção industrial este ano, considerada perdida pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), contrastam gritantemente com os resultados do Santander e do conjunto dos bancos.
No acumulado do ano o lucro do Santander soma R$ 10,433 bilhões. Um aumento de 18% sobre o lucro de R$ 8,83 bilhões de janeiro a setembro de 2018.