Sanções contra Rússia elevam inflação e derrubam popularidade de Biden
Em ano eleitoral, o presidente Joe Biden ostenta índices de rejeição de 53%, aponta o Instituto Ipsos, enquanto a inflação dos Estados Unidos alcança o maior patamar em décadas e com perspectivas de agravamento com a tensão gerada pela batelada de sanções econômicas contra a Rússia e que atingem em especial as matrizes energéticas.
As sanções contra as maiores economias independentes de Washington, Rússia e China, já vinham ocorrendo, mas as contra a Rússia foram acirradas por Biden sob pretexto de defesa do regime de Kiev, com forte participação de elementos fascistas desde o golpe da Praça Maidan, em 2014.
Embora a eleição presidencial seja somente em 2024, seu Partido Democrata, parte manco para a disputa do Congresso no próximo mês de novembro. Na oportunidade estarão em jogo todas as 435 cadeiras da Câmara e 35 das 100 do Senado. Conforme as avaliações, a derrota representaria um não à implementação de qualquer plano de Biden.
Com taxas de aprovação bastante precárias, em torno dos 40%, comparáveis tão somente às de presidentes que governaram os EUA por apenas um mandato.
No mês passado o Índice de Preços ao Consumidor, principal indicador inflacionário dos EUA, registrou uma taxa anual de 8,5% – a maior desde dezembro de 1981 – e de 1,2% em relação a fevereiro. O resultado se deveria ao forte impacto do aumento dos combustíveis. No caso da inflação do atacado, a alta em termos anuais chegou a 11,2%, confirmando uma sequência de três meses com o índice acima dos 10%.
“Desde que a concentração militar do presidente Putin [na fronteira com a Ucrânia] teve início em janeiro, os preços médios da gasolina aumentaram mais de US$ 0,80 [por galão, 3,8 litros]”, reagiu a secretária de Imprensa da Presidência, Jen Psaki, tentando eximir Biden de qualquer responsabilidade pelo desastre econômico em que os EUA se vê mergulhado.
Na terça-feira foi a vez do próprio Biden entrar em campo, reforçando a alegação de que a inflação está diretamente ligada às ações do presidente russo e não às provocações de Washinton através da Otan, que levaram ao conflito ou as sanções no terreno econômico contra a Rússia. “A invasão da Ucrânia elevou os preços da gasolina e de alimentos ao redor do mundo, os maiores produtores de alimentos do mundo, China, Ucrânia e Rússia, não estão produzindo em níveis normais, então tudo está aumentando”, disse ele.
A questão é que mesmo antes do início do conflito na Ucrânia, os preços nos EUA já estavam nas alturas, sendo que em janeiro, o índice foi o mais alto desde 1982, uma tendência que havia sido comprovada ao longo de todo o ano passado.