“As cadeias de fornecimento estão quebrando, temos inflação alta", disse Manfred Knof, CEO do Commerzbank

O pacote de sanções aplicadas pelos EUA e pela avassalada União Europeia (UE) contra a Rússia estão impactando desastrosamente a economia alemã, afirmou o diretor-executivo do Commerzbank, Manfred Knof, alertando para as graves consequências da decisão.

“O fornecimento de energia na Alemanha está em risco, as cadeias de fornecimento estão quebrando, temos inflação alta”, afirmou Knof ao jornal Handelsblatt, frisando que quase um terço do comércio exterior da Alemanha foi duramente impactado.

Conforme o executivo do quarto maior banco alemão, a continuidade das sanções tem forçado as empresas a aumentar os preços das commodities e a enfrentar constantes gargalos na cadeia de suprimentos. “Não devemos nos iludir: o número de insolvências em nossos mercados provavelmente aumentará e as provisões de risco dos bancos com isso”, acrescentou.

Na última sexta-feira (6), o principal diplomata da UE, Josep Borrell, anunciou uma reunião dos ministros das Relações Exteriores na próxima semana, caso os Estados membros não consigam chegar a um acordo sobre a proibição do petróleo russo. Diante do impacto negativo da medida, países da UE, entre outros Hungria, Eslováquia e República Tcheca, têm defendido a isenção da proibição, já que a UE desenvolveu percentual que chegou a 25% de suas importações de petróleo da Rússia, segundo dados do Eurostat.

Frente às objeções levantadas, a UE teria oferecido aos países que dependem fortemente do petróleo russo adiar a implementação de sanções até 2024, enquanto propõe que os demais mudem para suprimentos alternativos mais cedo o mais tardar no próximo ano. Mas o impacto sobre as economias europeias já está patente.

Oposição da Hungria impede o 6º pacote de sanções

Durante a reunião dos 27 embaixadores da UE no domingo, a Hungria se opôs a intensificação das sanções contra a Rússia e chegou a recorrer ao veto para bloquear o novo pacote – que precisa ser aprovado por unanimidade para vigir.

Na sexta-feira anterior, o primeiro-ministro húngaro Victor Orban disse que a proibição do petróleo seria uma “bomba nuclear” para a economia de seu país.