Em um momento de alta nos preços dos alimentos básicos, no gás de cozinha, com desemprego recorde e incertezas econômicas, o governo federal manteve o reajuste do salário mínimo para 2021 sem nenhum aumento real.

Na terça-feira (15), em proposta apresentada no projeto Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), entregue a Congresso Nacional, o Ministério da Economia alterou a previsão feita em agosto, de R$ 1.067, para R$ 1.088, após reajuste da inflação.

Em novembro, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia elevou a estimativa de inflação de 2020, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 2,35% para 4,10%.

A correção, contudo, não representa nenhum aumento real para o trabalhador pelo segundo ano consecutivo do governo Bolsonaro.

Essa é a terceira estimativa apresentada pelo governo, sendo que em nenhuma delas a proposta de aumento foi acima da inflação do período. Em abril a expectativa era de que fosse um aumento de R$ 1.079, reduzindo em agosto para R$ 1.067, com a atual elevação para R$ 1.087.

Entre os anos de 2007 a 2019, a legislação garantia uma política de valorização de salário mínimo com reajuste acima da inflação sempre que houvesse crescimento econômico. O cálculo levava em conta a inflação do ano anterior mais o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

Como a fórmula perdeu validade no ano passado, o governo Bolsonaro decidiu não substituir por outra política para o salário mínimo, mas é obrigado a reajustar o mínimo pela inflação, obedecendo o que determina a Constituição (art.:7, inciso IV).