Rússia repudia mentiras dos EUA na mídia sobre “invasão” da Ucrânia
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que países ocidentais e a mídia patrocinada por eles estão espalhando uma “campanha de desinformação em larga escala” que promove a tese sem comprovação sobre uma invasão russa supostamente iminente da Ucrânia.
“Ao final de 2021 e inícios de 2022, o espaço informativo mundial promoveu uma campanha midiática sem precedentes em sua escala e sofisticação, cujo propósito é convencer a comunidade mundial de que a Federação Russa está preparando uma invasão do território da Ucrânia”, disse o Ministério em comunicado publicado em sua página na web, na sexta-feira (11), denunciando a intenção dessas nações ocidentais e seus meios de comunicação de difundir desinformação “com fins de desviar a atenção de suas próprias ações agressivas”.
“Essa mídia, contrariando os padrões do jornalismo honesto, espalha desinformação aberta e se envolve em manipulações para introduzir a tese de intenções agressivas de Moscou na opinião pública. Ao mesmo tempo, explicações detalhadas e fundamentadas de funcionários russos foram ignoradas, em particular as repetidas garantias do compromisso da Rússia com uma solução diplomática pacífica da crise na Ucrânia com base nas Medidas de Minsk, referências ao direito soberano nacional de Estados a redistribuírem as suas forças armadas no seu território, bem como declarações sobre a natureza defensiva dos exercícios militares realizados em conjunto com as forças armadas da Bielorrússia. Além disso, as preocupações de Moscou foram ignoradas, indicando que é o Ocidente que está movendo sua infraestrutura militar para as fronteiras da Rússia, prestando assistência técnico-militar à Ucrânia, armando-a, enviando seus instrutores militares, realizando exercícios militares”, assinalou a Rússia.
O Comunicado do Ministério das Relações Internacionais detalha: “Como esperado, os meios norte-americanos mais citados deram o tom de toda a campanha. A natureza das publicações é sustentada de forma deliberadamente incisiva”.
“D. Ignatius em um artigo no Washington Post em 25 de janeiro deste ano escreve: ‘Mísseis e aeronaves russos provavelmente atingirão alvos nas profundezas da Ucrânia, e Kiev responderá tentando matar o máximo de soldados russos em combates na fronteira o mais rápido possível’. De fato, não resta ao leitor a oportunidade de duvidar da veracidade das palavras da publicação, dando como se ‘tudo já estivesse decidido’”, prossegue.
E ainda acrescenta: “Kramer do The New York Times (publicação de 22 de janeiro deste ano) continua essa tendência, interpretando de forma distorcida as manobras das forças armadas russas realizadas por nosso país em seu território (essa técnica tornou-se uma das principais nesta campanha): ‘Moscou começou a reunir tropas de tal forma que indicava a presença de um plano para invadir a Ucrânia através do território da Bielorrússia. Kiev também temia que Minsk pudesse fazer uma provocação, por exemplo, enviando migrantes para a fronteira com a Ucrânia – como fez com a Polônia – e, assim, fornecendo um pretexto para iniciar uma guerra. Os temores sobre uma possível invasão da Bielorrússia se intensificaram ainda mais nesta semana, já que a Rússia está transferindo suas tropas e equipamentos para o país antes dos exercícios militares conjuntos programados para fevereiro’”.
“Outra publicação da agência de notícias Bloomberg tornou-se realmente perigosa: na noite de 4 para 5 de fevereiro, a notícia ‘Ao vivo: Rússia invade a Ucrânia’ apareceu no site da Bloomberg. Os editores mais tarde emitiram uma declaração especial de que o relatório da invasão foi um ‘erro’. Como observam especialistas independentes, uma dessas notícias, se espalhada nas notícias, poderia não apenas derrubar as economias de muitos países, mas também ter sérias consequências geopolíticas para o mundo inteiro”, constata o documento.
“Assim, podemos falar sobre conspiração das autoridades dos países ocidentais e de sua mídia para escalar a tensão artificial em torno da Ucrânia por meio de um enchimento maciço e coordenado de informações falsas em interesses geopolíticos, em particular, a fim de desviar a atenção de suas próprias ações agressivas”, conclui o documento.