Rússia pede reunião do ‘Quarteto’ para cessar ataques de Israel a Gaza
De acordo com a chancelaria russa, as conversas telefônicas entre o enviado especial do chanceler russo para o Oriente Médio, Vladimir Safronkov, o coordenador especial da ONU para o Oriente Médio, Thor Vennesland, e o Representante Especial da União Europeia Sven Koopmans ocorreram na quarta-feira.
As partes enfatizaram a urgência de tomar medidas tanto bilateralmente quanto por meio do Quarteto para o Oriente Médio para dar fim às hostilidades, estabilizar a situação e formar condições para o lançamento de um diálogo direto palestino-israelense sobre questões fundamentais, que terá como marco as resoluções pertinentes da ONU sobre a solução conhecida como dos “Dois Estados”.
O Quarteto foi estabelecido em Madri, em 2002, com a finalidade de fazer avançar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, e por isso mesmo foi sistematicamente sabotado pelo regime Netanyahu, até ser ignorado pelo governo Trump, cujo projeto de uma paz à revelia dos palestinos, pelas costas dos palestinos, e sem estado palestino, faliu junto com sua derrota eleitoral no ano passado. Projeto ao qual o presidente palestino, Mahmoud Abbas, chamou de “assalto à Lei Internacional”.
O princípio de ‘Dois Estados’ determina a coexistência pacífica dos Estados independentes de Israel e da Palestina, com base nas fronteiras de 1967, e é endossado pela ONU para solução do conflito no Oriente Médio. O que implica no fim da ocupação dos territórios palestinos e, em especial, do assalto a terras palestinas para a construção de assentamentos judaicos.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em visita de trabalho a Moscou, respaldou a iniciativa russa de reativação do Quarteto em encontro com Sergei Lavrov, o chefe da diplomacia russa, e se disse pronto a fazer a convocação.
Conselho de segurança da ONU
Em outra frente, foi confirmada para domingo a realização da reunião do Conselho de Segurança da ONU, que vinha sendo postergada seguidamente pelos Estados Unidos, que também bloqueara uma resolução visando o cessar-fogo, proposta conjuntamente pela China, Noruega e Tunísia, e respaldado pelos demais 14 integrantes. O que levara porta-voz da chancelaria chinesa a condenar que Washington “não se importava com o sofrimento dos palestinos”.
Também no domingo irá se reunir em caráter extraordinário a Organização de Cooperação Islâmica (OCI), que congrega 57 países de maioria de fé islâmica, para pressionar pelo imediato cessar-fogo. Na terça-feira, a OCI repudiara a violência do regime israelenses contra os devotos do complexo da mesquita Al Aqsa, em Jerusalém Oriental, terceiro local santo do mundo para o islamismo. A OCI reafirmou ainda a posição árabe de longa data de apoio a um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como capital.