Ministro da Saúde, Murashko, relata o processo de desenvolvimento da Sputnik V à ONU

O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, apresentou na quarta-feira (2) por videoconferência à margem da sessão especial da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sua vacina Sputnik V, desenvolvida para o combate ao coronavírus.

Segundo os estudos desenvolvidos pelo Ministério, a Sputnik – que leva o nome em homenagem ao primeiro satélite soviético – demonstrou 95% de eficácia, sendo completamente segura para a saúde. Atualmente, pelos êxitos obtidos, o imunizante se encontra entre os principais candidatos a concluir os ensaios clínicos e iniciar a produção em massa.

De acordo com o ministro da Saúde, mais de 100 mil russos já foram vacinados com a Sputnik V, com ensaios clínicos em andamento também na Bielorrússia, Índia, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

“Estão em curso discussões sobre ensaios clínicos no Brasil e em outros países. Os dados coletados mostraram que a vacina mostrou uma poderosa resposta imunológica e de anticorpos”, comemorou Mikhail Murashko, “Enquanto os testes clínicos continuam”, assinalou, “começamos a vacinar os grupos de maior risco. Até o momento, mais de 100.000 cidadãos foram vacinados”, acrescentou o ministro.

Presente à videoconferência, o presidente Vladimir Putin solicitou a todos que se “comece a vacinação massiva e nos ponhamos a trabalhar”. Em setembro Putin havia oferecido a Sputnik V a todo o pessoal da ONU.

Até o momento a Rússia havia registrado duas vacinas de produção própria contra a enfermidade: a Sputnik V e a EpiVacCorona, desenvolvida pelo Centro de Virologia e Biotecnologias Véktor.

Conforme explicaram os cientistas, a Sputnik V é absolutamente confiável pois utiliza uma tecnologia de adenovírus (vírus atenuado) humano de dois vetores diferentes (Ad26 y Ad5), aplicados em duas injeções. Como a solução não possui adenovírus humanos vivos, mas vetores adenovirais, eles não se multiplicam, o que os torna completamente seguros para a saúde. Na realidade, o fármaco tem como base uma plataforma de dois vetores já existente, com a qual já foram criadas outras vacinas.

Em breve a Sputnik V será disponibilizada a todos os países pelo mesmo preço, com o custo abaixo dos US$ 10 (cerca de R$ 53) por dose.

À margem da sessão especial, a videoconferência também contou com a participação do secretário de imprensa da missão permanente da Rússia na ONU, Fiódor Strzhizhovski, que destacou o sucesso da empreitada; o representante permanente do país na ONU, Vasili Nebenzia; e o diretor do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kiril Dmítriev.