Rússia inicia imunização contra Covid com vacina Sputnik V
Nesta segunda-feira (30) teve início a imunização massiva da população russa com a aplicação da primeira vacina a ser registrada no planeta, a Sputnik V.
De acordo com o Ministério da Saúde da Rússia, todo aquele que quiser se proteger contra o coronavírus deve se registrar e apresentar um documento se comprometendo com esta disposição e comprovante de que não está infectado.
Primeiros a registrarem uma vacina contra o novo coronavírus, em agosto, os russos possuem parcerias com outros países para disponibilizar o mesmo tipo de imunização. O Brasil tem acordo para receber doses e produzir a Sputnik V em território nacional, por meio de compromissos firmados pelos governos do Paraná e da Bahia. Falta a apresentação da solicitação oficial de registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Conforme o cientista Alexander Gintsburg, diretor do Gamaleya, a vacinação de uma parcela mais ampla da população “quebrará a tendência atual e levará a um eventual declínio nas taxas de infecção de Covid-19, primeiro na Rússia e depois globalmente”. “O uso da vacina e os resultados dos testes clínicos demonstram que ela é uma solução eficiente para parar a disseminação do coronavírus, uma ferramenta de prevenção, e esse é o mais bem-sucedido meio para derrotar a pandemia”, acrescentou o ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko.
Antes da abertura atual para a vacinação dos civis, mais de 400 mil soldados estão sendo vacinados.
A Rússia é um dos países que tem enfrentado a pandemia com gravidade e já registrou 2.322.056 casos. A letalidade é mais baixa, pois apesar do alto grau de contágio, o número de mortos é bem menor tanto em termos absolutos como proporcionalmente: 40.464 russos acometidos do vírus perderam a vida.
A decisão de proceder à vacinação em massa foi tomada assim que o Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya da Rússia, instituição responsável pelo desenvolvimento da primeira vacina do país contra o Covid-19, confirmou que o imunizante V havia apresentado eficácia “superior a 95%” após a aplicação da segunda dose, já na fase III dos testes. Relatório acerca das fases I e II de testes da Sputnik V foi publicado pela revista científica The Lancet.
Como os resultados preliminares obtidos com voluntários 42 dias após a aplicação da primeira dose e 21 dias após a segunda dose foram apontados como extremamente promissores, o Gamaleya, o Ministério da Saúde e o fundo soberano russo envolvido no desenvolvimento da vacina optaram pela liberação do primeiro lote da vacina da Sputnik.
O Centro Gamaleya se comprometeu em enviar em breve o estudo científico acerca da eficácia da vacina a uma das destacadas revistas científicas, assim como fez com os resultados dos testes clínicos das fases I e II. Os 40 mil voluntários que já receberam pelo menos uma dose da Sputnik V são pessoas da Rússia, Bielorrúsia, Emirados Árabes Unidos, Índia e Venezuela.