Xi Jinping e Vladimir Putin na videoconferência que celebrou o acordo entre os dois países

Os presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, realizaram uma videoconferência, na segunda-feira 28, no 20º aniversário da assinatura do Tratado Rússia-China de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável para anunciarem oficialmente sua prorrogação.

O acordo foi assinado em julho de 2001 por Putin e o então presidente chinês Jiang Zemin. “A cooperação China-Rússia injeta um impulso positivo para a comunidade internacional quando o mundo está passando por mudanças profundas e a humanidade está enfrentando múltiplas crises de desenvolvimento. A cooperação China-Rússia é um exemplo para um novo tipo de relações internacionais”, afirmou Xi.

O presidente russo parabenizou o Partido Comunista da China por seu centenário – que será em 1º de julho – e disse que a Rússia valoriza as relações com o PCCh na história e espera melhorar os encontros interpartidários daqui para a frente. Ele também expressou certeza de que, sob a liderança do PCCh, a China fará novas conquistas no desenvolvimento social e desempenhará um papel mais importante nos assuntos internacionais.

Putin registrou que foi criado um mecanismo de coordenação bilateral a vários níveis, sem análogos no mundo e que inclui contatos regulares entre os líderes, cinco comissões intergovernamentais em nível de vice-presidentes, um diálogo entre parlamentos e associações de regiões.

“Tudo isso permite resolver eficientemente as questões surgidas durante a interação entre os dois lados e planejar o trabalho conjunto para o futuro”, disse ele.

Tendo como pano de fundo a pandemia de COVID-19 e a política hostil dos Estados Unidos e seus aliados, a videoconferência de Xi e Putin mostrou a resolução dos dois países de aprofundar os laços bilaterais e trabalhar juntos para salvaguardar a estabilidade estratégica global.

“Em meio à crescente turbulência geopolítica, ruptura de tratados na área de controle de armamentos e crescimento do potencial de conflito em vários cantos do mundo, a coordenação russo-chinesa desempenha um papel estabilizador nos assuntos mundiais, incluindo questões tão prementes da agenda internacional como a resolução da situação na península da Coreia, na Síria, no Afeganistão, e a retomada do plano de ação sobre o programa nuclear iraniano”, acentuou Putin.

O conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, disse que o Tratado Rússia-China moldou um novo tipo de relação de solidariedade e parceria entre a China e a Rússia nos últimos 20 anos.

“Os dois lados sempre consideraram o apoio mútuo como a forma fundamental de se relacionarem, o benefício mútuo e a cooperação ganha-ganha como princípio básico da cooperação, a amizade China-Rússia como a coisa mais preciosa a ser passada de geração em geração e salvaguardar a paz como sua responsabilidade internacional inescapável”, disse Wang.

Nesse contexto e com base nas necessidades mútuas, China e Rússia assinaram o tratado. “Esse acordo não contém apenas respeito mútuo pela posição política de cada um, mas também pelas escolhas de cada um”, assinalou.

Dada a atual situação internacional complicada depois que a UE recentemente estendeu sanções econômicas contra a Rússia e depois que o Reino Unido e a Rússia se desentenderam no incidente do navio de guerra no Mar Negro, a troca de opiniões entre os principais líderes chineses e russos sobre questões globais ajudará manter a estabilidade e paz globais, declarou Wang Xianju, vice-diretor e pesquisador do Centro de Pesquisa Russa da Universidade Renmin, ao Global Times, no domingo 27.