Rússia defende em Bangkok “ampliar integração econômica com a Ásia”
Após as sanções impostas pelos Estados Unidos, a Rússia está reorientando sua economia para estar mais integrada com países asiáticos e novas oportunidades de negócios estão surgindo para aqueles que quiserem “preencher os nichos que foram desocupados”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maxim Reshetnikov.
O representante russo participou da reunião do grupo de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que conta com 21 países membros, e mostrou o interesse do seu país em ampliar as relações econômicas com países asiáticos.
Na reunião da APEC em Bangkok o ministro Reshetnikov disse ainda que “todas as situações desse tipo, [sanções] são, por um lado, um problema, mas, por outro, oferecem oportunidades (…) inclusive para a economia da Tailândia, oportunidades para entrar no mercado russo e preencher os nichos que foram desocupados”.
“Além disso, é também uma oportunidade para as empresas russas, que estão em busca ativa de novos mercados para seus produtos”. O ministro citou a exportação de petróleo e seus derivados, gás, fertilizantes, alimentos e produtos de engenharia. “É por isso que estamos aqui, para discutir [e] aproveitar ao máximo as oportunidades que estão surgindo agora”, completou.
Desde o começo da operação especial na Ucrânia e da imposição das sanções unilaterais, a Rússia já tem fortalecido suas relações econômicas com a China e com a Índia. Ao mesmo tempo, a Moscou e Bangkok pretendem atingir o volume de US$ 10 bilhões no comércio entre os dois países.
“Faremos todo o possível para integrar em cadeias de valor, países asiáticos, árabes e sul-americanos”, indicou Maxim Reshetnikov.
“Nossos mercados financeiros se estabilizaram e o rublo se fortaleceu. Nossa inflação está caindo e lançamos processos de reformas estruturais na economia, incluindo a reorientação dos mercados ocidentais para o leste, principalmente para mercados asiáticos”, acrescentou.
Em discurso feito no encontro, o ministro Reshetnikov também apontou que as sanções impostas pelos Estados Unidos não visam acabar com a guerra, mas destruir a economia russa.
As sanções “foram impostas a mais de 10.000 indivíduos e empresas russas, afetando muitos setores econômicos e indo muito além das fronteiras internacionalmente aceitas”.
“Estou me referindo à apreensão das reservas de ouro e moeda estrangeira da Rússia e congelamento de propriedades estrangeiras pertencentes a empresas e indivíduos russos”, explicou.
Os países ocidentais simplesmente bloquearam o acesso da Rússia a US$ 300 bilhões que mantinha como reserva em moeda estrangeira. A Rússia chamou essa medida de “sequestro” e disse que ela acabou por enfraquecer o dólar a nível internacional, pois mostrou para todos os países do mundo que suas reservas não estão seguras nos Estados Unidos.