Rússia anuncia vacina Sputnik light, com dose única
A Rússia iniciou a terceira fase dos testes da vacina contra a Covid-19 Sputnik Light com dose única, informaram os cientistas responsáveis, no domingo 28 de fevereiro. “Trabalhamos para que a Sputnik Light chegue ao mundo já em março”, escreveram eles.
Ao contrário da Sputnik V clássica, que requer duas injeções, esta versão além de ser administrada com uma única dose se diferenciará por um período mais curto de produção de anticorpos. Apesar de ter uma duração menor de eficácia, evitaria casos graves de Covid-19.
A representante do Departamento de Desenvolvimento Social de Moscou, Anastasia Rakova, afirmou que “o número de voluntários que hoje testam a vacina deve aumentar mais ainda assim que os primeiros imunizados cumprirem as etapas do teste”.
“O novo medicamento, desenvolvido no Instituto Gamaleya, visa eliminar a principal desvantagem da Sputnik V: a nova aplicação no paciente com uma diferença de várias semanas. A vacinação da Sputnik Light requer apenas uma visita à clínica. A imunidade começará a se formar uma semana depois e atingirá o pico quatro semanas após a vacinação.
O novo medicamento é baseado nas mesmas estruturas especiais (vetores portadores) da Sputnik V. A vacina não contém o coronavírus propriamente dito, o que significa que será impossível adoecer com ele ou infectar outras pessoas”, declarou o prefeito de Moscou, Serguei Sobyanin.
A Sputnik Light já passou nas primeiras fases de testes. Todos os que receberam a vacina desenvolveram imunidade contra a Covid-19. A droga é tolerada pelo corpo como uma vacinação normal.
“Também estamos explorando novas formas de proteção contra o coronavírus. Especialistas desenvolveram uma forma nasal de ‘Sputnik V’, que forma imunidade na região da nasofaringe”, contou Sobyanin, assinalando que este medicamento não é um substituto da vacinação completa, mas pode ser útil como forma adicional de proteção. Todas as três fases dos testes clínicos da droga também estão planejadas para serem conduzidas em Moscou.
Alexander Guintsburg, diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, que desenvolveu a Sputnik V, explicou que esse tipo de medicamento ofereceria “um compromisso entre a duração do preparo da vacina e a necessidade de diminuir rapidamente o pico de incidência e, principalmente, a taxa de mortalidade por essa doença, com o uso de apenas um componente da vacina”.
Além disso, o hospital clínico infantil Z.A. Bashlyaeva de Moscou conduzirá três fases de um ensaio clínico da vacina Sputnik V para adolescentes de 14 a 18 anos. Com base nos resultados, será possível decidir sobre a inclusão desse grupo no programa de vacinação.