"A Rússia vai priorizar as necessidades domésticas", disse o ministro da Indústria e Comércio, Denis Manturov.

Rússia vai se afastar da economia de mercado, registrou a Rússia Today, assinalando que, segundo o Ministério da Indústria e Comércio, o país irá focar sua política econômica em priorizar as necessidades domésticas e a soberania tecnológica.

“É necessário passar de uma política industrial orientada para o mercado para uma política de garantia da soberania tecnológica”, afirmou o ministro da Indústria e Comércio do país, Denis Manturov, na sexta-feira (15) em uma sessão plenária na Duma, acrescentando que esta noção é totalmente apoiada pelo governo russo.

“Vemos a satisfação das necessidades domésticas como a principal prioridade para nossa economia. Mas isso não significa que vamos nos fechar e não aumentar nosso potencial de exportação. Muito pelo contrário. Especialmente, dadas as negociações de cooperação mútua com novos mercados. Quero dizer, em primeiro lugar, com os países do Oriente Médio, Sudeste Asiático, África e América do Sul”, acrescentou o ministro.

Manturov enfatizou que as máquinas e equipamentos importados devem ser gradualmente substituídos por versões russas, salientando que “a indústria deve garantir o funcionamento e o desenvolvimento praticamente autônomos de todos os setores de consumo”.

“Vamos acelerar a produção de nossos próprios análogos para substituir componentes importados”, disse o ministro, que asseverou que o governo irá alocará fundos adicionais para apoiar grandes projetos estatais. Também há planos para criar canais alternativos de logística para produtos russos, de olho em novos mercados, disse ele.

Manturov delineou cinco áreas estrategicamente importantes, onde a soberania tecnológica é da maior importância. Trata-se da segurança e defesa nacional, onde será dada prioridade à criação de armas de alta tecnologia fabricadas na Rússia; o setor de energia, que precisa urgentemente de equipamentos fabricados no país, porque as sanções relacionadas à Ucrânia dificultam que as empresas de energia obtenham peças e equipamentos fabricados no exterior; e as indústrias de construção naval, aeronáutica e química.

Como o ministro afirmou em maio, a Rússia não tem como meta a completa substituição de importações na indústria. Ele explicou que há indústrias em que a Rússia é forçada a substituir as importações devido a preocupações de segurança nacional, enquanto em outras indústrias a cooperação internacional é e será mantida.