A Sputnik Light dose única já deu início à fase III de testes

O Ministério da Saúde da Federação da Rússia anunciou na quinta-feira (6/5) o registro de uma nova versão da vacina Sputnik, a ‘Sputnik Light’ dose única. Participaram da declaração o Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya do Ministério da Saúde e o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIFA).

A “Sputnik Light” é baseada em um dos componentes da vacina contra o coronavírus Sputnik V, o vetor adenoviral humano (rAd26).

A eficácia, até aqui verificada, da vacina de componente único “Sputnik Light” foi de 79,4% a partir do 28º dia após a imunização. Trata-se de uma taxa de eficácia que excede a de muitas vacinas que requerem duas injeções, informou em seu site o RDIF.

O cálculo da eficácia foi realizado com base em dados de cidadãos russos que receberam apenas uma injeção como parte do programa de vacinação em massa de civis e não receberam uma segunda injeção entre 5 de dezembro de 2020 e 15 de abril de 2021.

A incidência de coronavírus entre os vacinados, a partir do 28º dia da data da vacinação, foi de apenas 0,277%. Ao mesmo tempo, a incidência entre a população adulta não vacinada, medida durante o mesmo período, foi de 1,349%.

O Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, responsável pela pesquisa, lançou em 21 de fevereiro de 2021 um estudo global da eficácia da “Sputnik Light”.

A Fase III de um ensaio clínico envolvendo milhares de pessoas já está ocorrendo na Federação da Rússia, Emirados Árabes Unidos, Gana e outros países. Os dados provisórios são esperados para este mês de maio.

Assim como ocorre com a Sputnik V, a produção do primeiro componente atende aos padrões mais rígidos com um procedimento de limpeza completo e 4 estágios de filtragem (dois estágios cromatográficos e dois estágios de filtragem tangencial).

A vacina de componente único “Sputnik Light” é baseada em uma plataforma de vetores adenovirais humanos, e os requisitos para o regime de temperatura de seu armazenamento (de +2 a +8 graus Celsius) garantem a logística simples do medicamento. O esquema de aplicação com uma injeção permite em pouco tempo imunizar um grande número de pessoas e reduzir os picos epidemiológicos.

“A vacina ‘Sputnik Light’, com a aplicação de uma injeção, contém os casos graves da doença que levam à hospitalização.

O regime de aplicação de um componente permite que um grande número de pessoas seja vacinado em um curto espaço de tempo, o que é especialmente importante durante a fase aguda de disseminação de focos de infecção por coronavírus entre a população. As características da vacina proporcionam facilidade de armazenamento e logística. Além disso, a ‘Sputnik Light’ tem um preço acessível de menos de US $10.

“O imunizante de dois componentes ‘Sputnik V’ continua a ser a principal ferramenta de vacinação na Rússia, enquanto a ‘Sputnik Light’ de um componente será exportada para nossos parceiros estrangeiros e ajudará a acelerar significativamente a vacinação em vários países no contexto da luta contínua contra o coronavírus e suas novas cepas”, afirmou Kirill Dmitriev, CEO do Fundo Russo de Investimentos Diretos.

A segurança para a saúde inerente às vacinas baseadas em adenovírus humanos foi confirmada em mais de 75 publicações internacionais e 250 estudos clínicos realizados em todo o mundo ao longo de duas décadas (sendo que a história do uso de adenovírus humanos em vacinas remonta a 1953). Os vetores adenovirais são vírus geneticamente modificados do resfriado comum o que os impedem de se multiplicar no corpo humano. Assim como ocorre com a Sputnik V, ao usar a vacina “Sputnik Light”, o coronavírus em si não entra no corpo. A vacina contém apenas a informação genética de uma parte de seu envelope protéico externo – os chamados “espinhos” que formam uma “coroa”, que exclui completamente a possibilidade de infecção devido à vacinação e provoca efeitos colaterais leves em alguns dos casos de pessoas vacinadas, mas permite induzir uma resposta imune estável do corpo.