Porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, general Igor Konashenkov.

O Ministério da Defesa da Federação da Rússia divulgou no sábado (23), um Comunicado alertando sobre uma provocação planejada contra Moscou e preparada pelos EUA, que visa acusar o país pelo uso de armas nucleares, biológicas e químicas.

O tenente-general Igor Kirillov, chefe da Força Russa de Proteção contra Radiação, Química e Biológica, falou sobre aspectos do Comunicado do Ministério da Defesa, destacando que os planos de Washington incluem alguns “cenários”. O cenário mais provável, disse ele, é um ataque de bandeira falsa contra civis, ou “um ato de sabotagem em sítios ucranianos, que estiveram envolvidos no desenvolvimento de componentes de armas de destruição em massa”.

Kirillov afirmou também que os alvos potenciais são a Usina Nuclear de Zaporozhskaya, controlada pela Rússia desde o início de março, e o local de uma antiga fábrica de produtos químicos em Kamenskoye, no leste da Ucrânia.

“O Ministério da Defesa da Federação da Rússia possui as informações sobre a preparação de provocações pelos Estados Unidos da América a fim de acusar as Forças Armadas da Rússia de usar armas químicas, biológicas ou nucleares táticas. Este plano já é desenvolvido e representa uma resposta aos sucessos da Rússia na operação militar especial” na Ucrânia, afirma o Comunicado.

“Informamos que tais atos de provocação já foram organizados muitas vezes pelos EUA para atingir seus objetivos.

“O exemplo mais demonstrativo de uma provocação de informação é o discurso de Colin Powell, Secretário de Estado dos EUA, em 5 de fevereiro de 2003. O frasco com detergente de lavanderia em suas mãos forneceu um pretexto para invadir o Iraque e causou a morte de meio milhão de civis”, lembra o documento.

O Ministério denuncia que “assim, numa tentativa de desacreditar a operação militar especial da Federação da Rússia, o regime de Kiev, por sugestão da administração dos EUA, é capaz de implementar cenários que num futuro próximo podem levar à morte de dezenas de milhares de cidadãos ucranianos e causar uma catástrofe ambiental e humanitária”.

O Comunicado destaca ainda que “a Federação da Rússia destruiu completamente seu arsenal químico ainda em 27 de setembro de 2017, o que é confirmado por um certificado da OPCW. Por sua vez, os Estados Unidos, com seu forte potencial financeiro, econômico e técnico, é o único Estado Parte da Convenção sobre Armas Químicas que ainda possui um impressionante arsenal de agentes de guerra química (672,5 toneladas)”.