Rússia acelera produção da Sputnik V e massifica a vacinação
No plano organizado para atingir os mais de 145 milhões de habitantes da Rússia, desde o dia 18, não é mais necessário marcar horário, como amplamente informado aos cidadãos do país, basta procurar um dos locais de vacinação, instalados em centros de saúde, comerciais e sociais. Em Moscou, por exemplo, a vacina está sendo aplicada até na conhecidíssima loja de departamentos Gum, na Praça Vermelha, ou na Ópera Helikon.
Em dezembro, a Rússia começou a vacinar os segmentos prioritários da população, especialmente pessoal médico e educacional, e gradualmente expandiu a imunização para mais cidadãos. Segundo os números oficiais já foram vacinadas 1,5 milhão de pessoas.
“Já iniciamos a vacinação em grande escala. Na semana passada, [o primeiro-ministro russo Mikhail] Mishustin me informou que a indústria não apenas cumpriu todos os padrões e volumes prometidos, como também superou os volumes planejados de produção das vacinas. Precisamos passar da vacinação de grande escala à vacinação em massa”, declarou o presidente russo, Vladimir Putin, durante reunião com membros do governo, determinando que o processo fosse iniciado no dia 18.
Putin voltou a enaltecer o trabalho e sucesso dos cientistas e especialistas russos que trabalharam no desenvolvimento da vacina Sputnik V. “A ciência nos mostra o caminho para vencer os problemas que hoje castigam a Humanidade”, afirmou.
A Sputnik V é aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias. A imunidade é alcançada 42 dias após a primeira aplicação, segundo os fabricantes. A eficácia da vacina é de 92%
A Rússia foi o primeiro país a aprovar o uso de uma vacina, registrando oficialmente a Sputnik V, desenvolvida no destacado Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em cooperação com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), em 11 de agosto passado.
O Serviço Federal de Defesa dos Direitos dos Consumidores e Bem-Estar Humano da Rússia (Rospotrebnadzor) afirmou nesta terça-feira (19), que a eficácia imunológica de sua segunda vacina anticovid-19, a EpiVacCorona chega a 100%, segundo apontaram os resultados do 1º e 2º estágios dos testes clínicos. A produção em massa da vacina patenteada também em agosto último já começou e esse imunizante deve ser lançado em fevereiro.
As autoridades locais estimam que ainda este ano 60% da população pode ser inoculada com a Sputnik V e EpiVacCorona e esperam que nestes dias uma terceira vacina seja aprovada: RussianChuVac, desenvolvida pelo centro de Chumakov e que poderia ser produzida a partir de fevereiro.
A Sputnik V também é exportada. Entre os países que a estão utilizando está a Argentina, que já vacinou mais de 200 mil pessoas com ela. O governo do presidente Alberto Fernández lançará a partir desta quinta-feira (21) uma grande operação para trazer, da Rússia, mais cinco milhões de doses desta vacina nas próximas semanas.
A ANVISA teve solicitação da União Química para a liberação da aplicação da Sputnik V no Brasil, mas alega “falta de documentação” para tal, apesar de um centro mundialmente reconhecido, a exemplo da agência reguladora russa, ter liberado seu uso emergencial e, até o momento, tanto na Rússia como na Argentina não terem sido reportados efeitos adversos graves em imunizados.